Empresários querem mais créditos para melhorar o índice de produtividade
Luanda - O presidente da Associação Agro-pecuária de Angola (AAPA) considera que a concessão de créditos por parte da banca comercial nacional, com a finalidade específica para a formação e criação de competências dos agricultores, vai concorrer para melhorar e acelerar a eficiência do índice de produtividade, em Luanda.
Wanderlei Ribeiro fez este pronunciamento no encontro promovido recentemente pela Associação dos Bancos de Angola (ABANC), tendo referido que a iniciativa poderá, também, contribuir para o alcance da auto-suficiência alimentar, bem como para a diversificação das exportações, plasmadas no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) do Governo angolano.
Segundo o JA Online, durante o encontro, foram traçadas as estratégias para desenvolver o agro-negócio em Angola, assentes na produção em alta escala de produtos de amplo consumo e aprimoramento de todos integrantes na cadeia de valor, tendo apontado como referência a produção do arroz entre os produtos principais da cesta básica.
Wanderlei Ribeiro baseou-se nas estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (INE), segundo as quais, Angola gastou, em 2022/2023, cerca de 300 milhões de dólares com a importação de arroz, perante a necessidade de 600 mil toneladas por ano para o consumo interno.
No ano passado, o país produziu apenas 40 mil toneladas, cerca de 3,0 por cento das necessidades dos perto de 40 milhões de habitantes.
Estes dados ilustram a premente necessidade de se olhar para esta cultura como um dos maiores desafios no quesito da sustentabilidade.
O empresário acredita que "a revolução da agricultura e o impacto, que precisamos no sector não pode ser concretizada com o modelo tradicional e convencional, em que toda responsabilidade de a fazer acontecer as coisas é atribuída ao camponês.
"Pessoas formadas em outras áreas do saber podem enveredar para o agronegócio, pois há um chamado a este propósito que nos leve a este tema e isso surge pela necessidade de mudar de paradigma no sentido de criar novas referências", sublinhou.
O presidente da AAPA disse que de nada vale adquirir equipamentos de última geração sem que os operadores sejam dotados de conhecimento técnico para o seu manuseio eficaz.
Atribuição de remuneração compatível para estimular a criatividade da arte no sector agrário, também, foi outra preocupação apresentada pela administrador.
Wanderlei Ribeiro revelou a experiência, num passado recente, de ter em sua fazenda todas as máquinas preparadas, terreno disponível, chuva a cair, mas devido à falta de uma equipa competente não consegue tirar o proveito de todos os demais elementos tecnológicos e naturais a seu favor, de modo a advertir para uma aposta maior no capital humano.
“O financiamento e investimento geralmente é feito, sobretudo, para máquinas e equipamentos. Se observarmos a percentagem nos financiamentos que os bancos direccionam às empresas”, disse.