COMBUSTíVEL
Angola quer tornar-se em potência de gás liquefeito
13/11/2024 14h47
Luanda - O Governo quer posicionar Angola como um dos grandes fornecedores africanos de gás natural liquefeito (LNG), em face dos problemas enfrentados pela Nigéria, para tirar vantagem no fornecimento à Europa e outros mercados.
Fontes do sector disseram que a companhia Angola LNG está a considerar opções de expansão, incluindo a adição de uma mini-unidade de liquefacção de três milhões de toneladas métricas por ano, à medida que novos fornecimentos de gás para a fábrica aumentarem, nos próximos 12 meses.
A unidade de produção da Angola LNG entrou em funcionamento há mais de uma década, a um custo de 12 mil milhões de dólares, mas tem funcionado abaixo da sua capacidade nominal há anos, devido à queda de produção de gás nos antigos campos de produção que abastecem a instalação.
A oferta actual é, em média, de cerca de 700 milhões de pés cúbicos-padrão por dia, ou 70 por cento da capacidade operacional, adiantaram as fontes do Governo citadas pela Reuters.
De acordo com a agência Reuters, os fornecimentos extras esperados da Chevron abrem uma nova etapa, até ao final do ano, e o recém formado Novo Consórcio de Gás (New Gas Consortium -NGC) ajudará a levar a unidade à plena capacidade, pela primeira vez.
Até ao final de 2025, a NGC, um projecto de gás operado pelas companhias ENI, Cabinda Gulf Oil Company, Sonangol, BP, Total e Azule, deve iniciar a produção, seis meses antes do que foi planeado inicialmente, disse o CEO da Azule, Adriano Monginim, citado pela Reuters.
A NGC foi formada para explorar os campos de gás de Quiluma e Maboqueiro para, eventualmente, produzir quatro milhões de metros cúbicos anualmente, até 2026.
À margem de uma conferência sobre energia em África na Cidade do Cabo (África do Sul), Mongini acrescentou que fornecimentos adicionais do projecto permitirão que Angola LNG funcione na sua plena capacidade, prevendo-se que mais matéria-prima do primeiro poço de exploração específico de gás de Angola seja perfurado no início do próximo ano.
Por seu lado, Billy Lacobie, director-gerente dos negócios da Chevron na África Austral, disse que apoia os esforços para maximizar as exportações de gás natural liquefeito e apoiar o mercado interno.
A Sanha Lean Gas Connection da Chevron aumentará a utilização da Angola LNG e fornecerá gás durante 15 anos, enchendo cerca de 40 por cento da fábrica, a partir do final de 2024, revelou um porta-voz da empresa, citado no jornal nigeriano Business Day.
O plano director de gás de 25 anos, recentemente divulgado por Angola, sinalizou ambições de desenvolver mais de 40 campos de gás e afirmou que o país tem 38 mil milhões de pés cúbicos de gás descoberto e outros 56 mil milhões de recursos potenciais.