INVESTIMENTO

Fábrica de soda cáustica em construção na Baía Farta

Produção de soda cáustica (arquivo) - DR
Produção de soda cáustica (arquivo)Imagem: DR

14/11/2024 12h15

Luanda - Uma fábrica de soda cáustica, hipoclorito de sódio e ácido clorídrico vai ser construída, nos próximos 18 meses, no município da Baía Farta (província de Benguela), num investimento de 27,3 milhões de euros, da empresa Salinas Calombolo.

Em declarações à imprensa, no lançamento da obra, esta terça-feira, o director do projecto, Mário Rui, revelou ser a primeira unidade fabril do género no mercado nacional, sendo o financiamento do Banco de Desenvolvimento Angola no (BDA), através do Deutsche Bank, da Alemanha, com 24.8 milhões de euros, e o restante assumido pelo Grupo Adérito Areias, promotor do projecto.

Depois de concluída, a fábrica, que vai criar 45 postos de trabalho directos e cerca de mil indirectos, terá capacidade para produzir diariamente 12 toneladas de soda cáustica, 66 de hipoclorito de sódio, vulgarmente conhecido como lixívia, e 25 de ácido clorídrico.

Mário Rui adiantou que, para atingir as metas previstas, serão necessárias entre 22 e 25 toneladas de sal por dia, 70 metros cúbicos de água desmineralizada ou 120 metros cúbicos de água potável, bem como 1,5 megawatts de energia eléctrica, estando a inauguração prevista para Maio de 2026.

Por seu lado, Tânia Areias, ligada ao grupo promotor, disse que a fábrica surge em alinhamento alinhada à cadeia de valor do sal, uma vez que considera terem atingido a auto-suficiência na produção de sal.

A fábrica será totalmente ecológica e com tecnologia de ponta e o seu funcionamento vai ser assegurado por técnicos que serão formados no exterior do país, para aprenderem a lidar com os equipamentos e tecnologia a ser instalada.

Tânia Areias informou que, nos últimos quatro anos, foram gastos cerca de 600 milhões de dólares na importação da soda cáustica, pelo que o surgimento da fábrica vai permitir criar reservas no país, que, no capítulo da petroquímica, será a primeira fábrica em Angola e a segunda na África Austral.

Os produtos da futura fábrica, segundo se soube, destinam-se ao uso na indústria nacional de papel e celulose, têxtil, petroquímica, alimentícia, siderurgia e metalurgia, produção farmacêutica, tratamento de água e esgotos.

O fundador e CEO do Grupo, Adérito Areias, considerou a primeira fábrica de soda cáustica de Angola um marco importante, rumo ao fortalecimento da indústria nacional, à diversificação da economia e ao desenvolvimento sustentável.

Salientou que a fábrica irá operar com as melhores e mais inovadoras tecnologias disponíveis, eficientes e responsáveis, adoptando práticas que respeitem o meio ambiente e contribuam para a preservação dos recursos naturais.

Por seu lado, o governador provincial de Benguela, Manuel Nunes Júnior, desafiou os empresários a aproveitarem ao máximo as oportunidades de negócios da cadeia de valor do sal na região, com vista à criação de riqueza nacional.

Manuel Nunes Júnior considera que a fábrica abre novas oportunidades de negócios para outros empresários, interessados em fazer parte da cadeia de valor do sal, sublinhando o seu impacto para desenvolver a indústria e diversificar a economia nacional.

Já o coordenador do Grupo Técnico Empresarial (GTE), Carlos Cunha, enalteceu a iniciativa do Grupo Adérito Areias, recordando que a ideia da construção de uma fábrica de soda cáustica animou o empresário Adérito Areias, durante uma viagem do Presidente da República, João Lourenço, à Alemanha.

Salientou que, quando se pensa em soda cáustica, “está-se a pensar em vida e saúde”, destacando o impacto da nova unidade industrial, porque a soda cáustica está relacionada com higiene, desinfecção e pureza da água.

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