Economia

Economia


PUBLICIDADE

Comercialização de diamantes rendeu ao país 1,4 mil milhões de dólares

Leilão de diamantes brutos em Angola
Leilão de diamantes brutos em Angola Imagens: sodiam

Redacção

Publicado às 12h52 17/01/2025 - Actualizado às 12h52 17/01/2025

Luanda - O país comercializou, no exercício económico de 2024, um total de 13,6 milhões de quilates ao preço médio de 143,92 dólares por unidade, culminando na arrecadação de 1,4 mil milhões de dólares, em receitas.

 De acordo com JA Online, os dados foram avançados quarta-feira pelo presidente do Conselho de Administração da Endiama E.P., Nganga Júnior, durante uma conferência de imprensa para apresentação do balanço das actividades referentes ao ano transacto e apresentação das perspectivas para 2025, no quadro das comemorações alusivas ao 44º aniversário das instituição, fundada no dia 15 de Janeiro de 1981.

Indicou que o montante arrecadado em 2024 representa uma redução de 6,6 por cento do conseguido no ano anterior, que foi de 1,5 mil milhões de dólares, com a venda de 9,3 milhões de quilates.

As estatísticas apresentadas pelo gestor da diamantífera nacional revelam que a desvalorização dos diamantes no mercado internacional, em consequência da proliferação dos diamantes sintéticos, entre outras causas, constitui uma das principais razões da expressiva queda das receitas, numa altura em que o país conta com um stock 3,55 milhões de quilates, contra os 0,38 milhões de quilates em stock no ano anterior.

Os dados relativos às contribuições fiscais dão conta de que 425,26 milhões de dólares foram gastos com despesas como Royalties (5,0%), Imposto Industrial (25%), Imposto de Exportação (5%), Imposto de Selo, INSS, Imposto sobre o Rendimento do Trabalho, Terceiros – Taxa de Comissões de Comercialização, Imposto Predial Urbano, Tributação de Empreitadas Lei 19/14, Imposto de Aplicação de Capitais, entre outros impostos e taxas.

Em termos gerais, o subsector dos Diamantes contabiliza um total de 28.826 postos de trabalho, dos quais 4.881 directos e 7.042 indirectos.

O indicador sinaliza que, em termos absolutos um crescimento de 20 por cento em relação ao ano anterior, razão pela qual a perspectiva é de atingir uma força de trabalho composta por 35 000 colaboradores até 2027.

As estatísticas indicam que o mercado contou com 54 empresas de prospecção em actividade efectiva, 29 em promoção por falta de capacidade técnica e financeira, dos quais 25 em actividade efectiva, 20 secundário, 24 empresas mineiras em produção, 4 depósitos primários, 20 depósitos secundários localizados nas províncias da Lunda-Norte, Lunda-Sul, Cuanza-Sul, Malanje e Bié.

"As perspectivas para 2025 é de comercializar 14,8 milhões de quilates, em virtude da recuperação dos depósitos primários correspondente a 87 por cento da produção total e cerca de 1,8 milhões de quilates de depósitos secundários, liderados pelo projectos Cuango e Chitotolo, e outros projectos de relevância como Uari-Cambange e Somiluana", informou, lembrando do projecto Moquita.

As receitas diamantíferas no país atingiram, em 2024, cerca de 425 milhões de dólares, um volume que para o Conselho de Administração da ENDIAMA EP, é ainda aquém do desejado tendo em conta os resultados alcançados e projectados.

Em relação às receitas obtidas, no mesmo período, o sector registou um preço médio na ordem de 143 dólares o quilate, quando a perspectiva era de aproximadamente 2,5 ou 2,7 mil milhões de dólares como receita bruta, o que não aconteceu, atingindo apenas perto de 1,5 mil milhões.

A baixa produção, segundo reconheceu Laureano Receado Paulo foi fruto do comportamento de mercado, que contribuiu grandemente no resultado.

As acções desenvolvidas no domínio das operações mineiras e subsidiárias, explicou, houve épocas em que o resultado afectou também nas receitas próximas ao Orçamento Geral do Estado. Isto é, em 2022 registou-se 421 milhões de dólares, diferente do ano 2023 que o resultado foi de 324 milhões de dólares. Portanto houve um decréscimo de 23,0 por cento.

"Nesta questão das receitas podemos ver um desenvolvimento quase que paradoxo, isto é, em 2023 o país conseguiu produzir cerca de oito milhões de quilates, com uma receita de quase dois mil milhões de dólares", sublinhou.

Laureano Receado apontuou que no período o país registou um exponencial da produção, fruto dos 24 projectos que o sector tem em produção, nomeadamente, quatro kimberlitos e 20 aluviões.

Em relação aos aluviões, explicou, existem cinco projectos estáveis, como o caso do Cuango, Chitotolo, Uari, Furi e Luana, projectos que vão contribuir grandemente nos níveis de produção que Angola pretende atingir como meta.

Quanto aos principais contribuidores da produção, foram, destacadas a Sociedade Mineira de Catoca e a Sociedade Mineira do Luele.

"Estamos com dificuldades de produzir 10 milhões de quilates, embora seja notório que no período de 2023 a produção foi de quase nove milhões de quilates", sublinhou Laureano Receado Paulo que acrescentou que os restantes projectos também vão contribuir em grande no processo.

PUBLICIDADE