Paris - O Presidente da República, João Lourenço, reiterou, esta sexta-feira, em Paris, uma maior aposta do investimento privado francês em Angola, com foco na diversificação e modernização da economia do país.

Ao discursar na abertura do Fórum de Negócios França-Angola, no quadro da sua visita de Estado de dois dias, João Lourenço disse acreditar que a interacção entre os empresários, gestores e investidores dos dois países seja fundamental para promover a inovação, aumentar a competitividade e melhorar o acesso a novos mercados, tecnologias e recursos.

Apelou aos investidores, empresários e homens de negócios franceses a olharem para o mercado angolano e avaliarem as possibilidades bastante favoráveis que o mesmo oferece, visando realizar negócios com bons resultados, tendo em conta o enorme potencial do país.

Recordou que os dois países estão ligados por uma história rica e por um compromisso renovado de cooperação e desenvolvimento mútuo, para explorar oportunidades de parceria, num mundo cada vez mais globalizado.

Salientou que as relações entre Angola e França têm raízes históricas profundas, cultivadas ao longo de décadas de intercâmbio cultural, económico e diplomático, partilhando uma visão comum de fortalecer a cooperação bilateral, através da exploração de sinergias em áreas prioritárias como energia, infra-estruturas, agricultura, tecnologia e inovação.

João Lourenço reafirmou o compromisso de Angola com parcerias "robustas e mutuamente benéficas", tendo defendido que a colaboração entre empresas angolanas e francesas representa um pilar essencial.

Recordou que os países são chamados a estabelecer parcerias estratégicas, com vista a garantir um futuro mais integrado, sustentável e inclusivo, e, adiantou, sendo a França uma das maiores economias mundiais, "é um parceiro estratégico crucial para apoiar Angola no percurso de diversificação económica.

"A experiência, a tecnologia e o capital francês podem ser valiosos para desenvolver projectos de alto impacto nos sectores agrícola, energético, industrial e de infra-estrutura", em Angola, rematou o estadista angolano, enfatizando que o seu país "oferece oportunidades únicas de investimento, com recursos naturais abundantes e uma localização estratégica para acesso aos mercados regionais e globais".

Estimulou as empresas angolanas e francesas, enquanto agentes de inovação, investimento e modernização, a fortalecerem parcerias público-privadas, apoiadas num ambiente de negócios favorável e na aposta na criação de condições que promovam a competitividade, o empreendedorismo e a inovação.

Informou que Angola se encontra actualmente numa fase crucial de transformação económica, impulsionada por um conjunto de reformas estruturais que visam reconfigurar o perfil produtivo do país, criando uma economia mais diversificada, robusta e sustentável, onde o sector privado é o principal actor económico, tendo como objectivo central consolidar um caminho de crescimento contínuo e inclusivo.

O Presidente angolano sublinhou que se tem investido na modernização e expansão das redes de transporte e logística, através de um Programa de Investimento Público que prevê melhorias na infra-estrutura rodoviária, aeroportuária e ferroviária, além do fortalecimento da capacidade portuária.

Destacou também o Corredor do Lobito, que tem merecido cada vez mais destaque nas discussões internacionais, sendo um projecto emblemático de integração regional, envolvendo Angola, República Democrática do Congo e Zâmbia, com investimentos em infra-estruturas terão impacto directo em sectores estratégicos como a agro-indústria, mineração e energia.

Referiu-se a parceria com a França e com a União Europeia pelas vantagens económicas que proporcionam, salientando que o Global Gateway constitui uma oportunidade estratégica para garantir investimentos substanciais em áreas-chave do desenvolvimento de Angola, com a noção de que "com o Global Gateway podemos atrair investimentos europeus que são fundamentais para modernizar as nossas infra-estruturas e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida da nossa população, garantindo uma economia mais sustentável e inclusiva".

Revelou que Angola assinou o Acordo de Facilitação de Investimentos Sustentáveis com a União Europeia, por representar uma alavanca importante na promoção de investimentos sustentáveis, que permitirão à economia angolana diversificar-se de forma eficaz, assim como destacou o importante trabalho desempenhado pela Agência Francesa de Desenvolvimento no financiamento de projectos angolanos, nas áreas de infra-estrutura, energias renováveis e desenvolvimento rural.

O Fórum Económico Angola-França realizou-se no quadro da visita de Estado do Presidente João Lourenço a França, a convite do seu homólogo francês, Emmanuel Macron.

O evento reuniu cerca de 120 empresários franceses e angolanos, de vários sectores com destaque para a banca, agro-indústria, agricultura, gestão de resíduos sólidos e tratamento de água, bem como novas tecnologias, e visou explorar oportunidades de negócios, parcerias e outros engajamentos entre os operadores económicos dos dois países.

O Fórum de Negócios foi uma iniciativa conjunta da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX) e do Movimento das Empresas da França (MEDEF), a maior organização patronal francesa, que agrupa mais de 200 mil membros.

Esta foi a segunda visita do Presidente angolano a MEDEF, depois de ter lá estado, em Março de 2018.