Luanda - O secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, Castro Paulino Camarada, destacou a parceria estratégica de Angola com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), para a promoção de investimentos públicos e privados e capacitação social e técnica de pequenos agricultores, com enfoque especial nas mulheres e jovens das zonas rurais.

Castro Paulino Camarada, que falava na quadragésima oitava sessão do Conselho de Governadores do FIDA, esta quarta-feira, em Roma (Itália), sob o lema “Catalisar o investimento no primeiro quilómetro”, reiterou o compromisso do país com a agenda africana e os objectivos estabelecidos na Declaração de Kampala (Uganda), adoptada recentemente pelos Chefes de Estado e de Governo da União Africana.

Reafirmou ainda o compromisso contínuo de Angola com o desenvolvimento rural sustentável, sublinhando os progressos alcançados por Angola no aumento dos recursos do FIDA, na produtividade agrícola e na resiliência dos sistemas alimentares.

Referiu que a estratégia integrada implementada pelo Governo angolano assenta em três pilares essenciais, nomeadamente nos sistemas alimentares resilientes, no desenvolvimento de práticas agrícolas adaptadas às mudanças climáticas para garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade do sector.

As estratégias do Executivo, adiantou, visam o aumento da produtividade através de técnicas agrícolas modernas e facilitação do acesso a insumos de qualidade, como sementes e fertilizantes, e a acção social, que consiste no reforço das redes de segurança social e apoio às pequenas explorações agrícolas familiares, essenciais para a economia rural.

O secretário de Estado reiterou o compromisso de Angola com a mobilização de recursos para a Décima Terceira Reposição do FIDA, enfatizando que os três pilares desta iniciativa, que são o envolvimento do sector privado, a biodiversidade e apoio em contextos de fragilidade, representam uma oportunidade para fortalecer a segurança alimentar e o desenvolvimento rural sustentável.

Anunciou que, em parceria com o FIDA, Angola está a finalizar um projecto de agricultura e desenvolvimento sustentável a ser implementado em duas fases, no Leste do país, com impacto directo na criação de milhares de postos de trabalho e no apoio a 80 mil famílias.

Recordou o papel fundamental das mulheres na agricultura angolana, representando 52 por cento da população rural activa, sendo responsável por cerca de 70 por cento da produção alimentar.

As regiões do Sul do país continuam a ser prioridade para acções de adaptação às mudanças climáticas, contando com o apoio do Banco Mundial e do FIDA, em iniciativas que impulsionam a mecanização agrícola e fortalecem a economia rural.

Apelou ao FIDA, com quem Angola tem parceria estratégica, desde 1985, e aos Estados-Membros para o reforço do apoio financeiro e técnico a projectos agrícolas e pesqueiros resilientes, bem como os ligados as alterações climáticas e ao fomento da inovação em práticas e tecnologias agrícolas para impulsionar a produtividade e o estabelecimento de parcerias entre governos, sector privado e sociedade civil.

Sublinhou que o seu país continua comprometido em continuar a fortalecer a parceria para construir sistemas agro-alimentares robustos, resilientes e sustentáveis, garantindo um futuro próspero para as comunidades rurais.

A quadragésima oitava sessão do Conselho de Governadores do FIDA, que encerrou esta quinta-feira, foi orientada pelo presidente da organização, o espanhol Álvaro Lario, tendo analisado questões relacionadas com a governança e parcerias, a importância do trabalho da instituição para angariar financiamento e o reforço de políticas favoráveis aos mais pobres.

O FIDA desempenha um papel na transformação rural, enquanto organismo especializado inovador das Nações Unidas e instituição financeira internacional que promove e investe nas zonas rurais, para que estas contribuam de forma próspera, equitativa e resiliente para o crescimento nacional.