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Trabalhadores das pescas em Benguela reivindicam reposição de condições

Novo complexo de processamento de pescado inaugurado no Soyo
Novo complexo de processamento de pescado inaugurado no Soyo Imagens: DR

Redacção

Publicado às 11h30 13/03/2025 - Actualizado às 19h11 13/03/2025

Benguela - Os trabalhadores do Ministério angolano das Pescas e Recursos Marinhos na província de Benguela exigem a reposição do peixe que recebiam e ameaçam com protestos, caso essa e outras reivindicações não forem atendidas.

Com efeito, mais de 600 trabalhadores recebiam mensalmente uma caixa de peixe, capturado por duas embarcações, para atenuar as suas dificuldades, reporta a Voz da América, citando fonte sindical.

Os trabalhadores levantam interrogações sobre a suspensão e o destino das receitas de duas embarcações que capturavam o pescado.

Ao cenário da falta de pescado, contrário ao que se verificava em anos anteriores, a Comissão Sindical junta a inexistência de cartões de compras mensais e refere que, após três anos de negociações com a entidade patronal, não há efeitos.

A Comissão Sindical abdicou de dez pontos do caderno reivindicativo, objecto de negociações que vinham decorrendo desde 2022, mantendo o foco em quatro exigências, uma das a distribuição de caixas de peixe aos trabalhadores todos os meses.

O seu porta-voz, Bráulio Firmino, diz que não entende como foi quebrada uma tradição num sector com duas embarcações, a "Atlântico" e a "Martico".

“A ministra só precisa de passar licenças, conforme fez há alguns anos a ministra Fátima Jardim, para as embarcações que pescavam a favor dos trabalhadores”, disse.

“O que é que significa uma caixa de peixe mensal para 600 trabalhadores?”, questiona, antes de ter ressaltado que “está a faltar vontade política, a ministra nos faz esperar três anos e vem dizer que não vai dar peixe”.

A Comissão Sindical avança com um ultimato, revelou o porta-voz, adiantando que “se em uma semana não disser como e quando vai nos dar peixe e o cartão de compras … vamos nos vestir de preto, com bíblias, porque do suor do nosso rosto estamos a passar fome, vamos protestar. Voltaremos a fazer greves, o sector não é empresa privada”.

As outras duas exigências são seguro de saúde e a passagem dos colaboradores para o quadro efectivo.

Contactada pela VOA, a Associação Mutualista dos Trabalhadores do Ministério das Pescas e Recursos Marinhos, citada como gestora dos barcos, disse que nada tinha a comentar a este respeito.

O representante do Ministério nas negociações, João Manuel Piedade, a quem a Voz da América transmitiu o assunto, salientou que não podia tecer considerações por estar em Conselho de Direcção, assim como não foi possível obter reacção no Gabinete de Comunicação e Imprensa do ministério, dirigido pela ministra Carmen dos Santos.

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