Capitalização do BDA em mais de 100 mil milhões de kwanzas


Luanda - O ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, anunciou, esta quinta-feira, em Luanda, que o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) vai ser capitalizado em mais 100 mil milhões de kwanzas, ainda este mês.
De acordo com José de Lima Massano, que discursava na conferência sobre "Oportunidades de financiamento ao sector produtivo, promovida pelo Banco Nacional de Angola (BNA), a capitalização visa reforçar dotar o banco de condições para "prosseguir com a missão de apoio ao tecido empresarial nacional".
Revelou que, nos últimos dois anos, o crédito ao sector privado cresceu a taxas de cerca de 28 por cento, tendo realçado a influência "do crédito concedido ao abrigo do Aviso 10, do BNA, num total de 1,3 biliões de kwanzas", montante que representou, no último trimestre de 2024, cerca de 77 por cento do crédito total ao sector real da economia.
Defendeu a necessidade de se equacionar "formas complementares ou alternativas de financiamento à economia", enfatizando ser preciso, no domínio do turismo, que oferece oportunidades de emprego em grande escala, fundos de capital de risco para alargar e modernizar a rede hoteleira.
No domínio da segurança alimentar, exemplificou o caso da produção de açúcar, em que bancos comerciais partilharam risco e viabilizaram a única produtora do país, fazendo com a sua produção já cubra 50 por cento das necessidades do mercado nacional.
Sublinhou que se precisa "da mesma ousadia" na produção de arroz, trigo, carne de frango, óleo alimentar e leite pasteurizado, por consumir mais de 85 por cento das divisas empregues na importação de alimentos.
No seu discurso, na conferência do BNA, José de Lima Massano reconheceu que o acesso ao crédito "ainda é uma das condicionantes mais referida na aferição do clima de confiança, pelos operadores económicos, e é das limitações mais impactantes sobre a avaliação do ambiente de negócios".
Concluiu dizendo que os investimentos nas infra-estruturas de apoio à produção vão prosseguir, assim como vão continuar a ser identificadas oportunidades concretas de melhoria do ambiente de negócios, incluindo benefícios fiscais, como aconteceu recentemente com a redução do IVA para bens de equipamento.