Programa de privatizações gera quase dois mil postos de trabalho em cinco anos


Luanda – mil 921 novos empregos foram criados pelo Programa de Privatizações (PROPRIV), desde 2019, revelou o presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), Álvaro Fernão.
Álvaro Fernão, numa recente entrevista ao jornal Economia e Finanças, adiantou que, de 2019 a presente data, foi ainda possível manter mil 451 postos de trabalho, fruto da privatização de 109 activos.
Adiantou que o PROPRIV contempla a privatização de 163 activos, até ao final do corrente ano.
Revelou que, no mesmo período, foi registado um valor global contratualizado de 1,03 bilião de kwanzas.
Segundo disse, entre 2019 e 2024, foram privatizados 43 activos no sector da indústria, 16 na agro-indústria, 14 nos recursos minerais e petróleos e 14 no turismo, que geraram e permitiram manter os três mil 372 empregos directos.
Sublinhou que foram ainda privatizadas participações sociais em quatro empresas de referência nacional, nomeadamente os bancos Angolano de Investimentos (BAI) e Caixa Geral Angola (BCGA), a ENSA e a BODIVA, que resultou na entrada de mais de quatro mil e 500 novos accionistas, com uma capitalização bolsista de 1,5 mil milhões de kwanzas.
Deu a conhecer que houve a reestruturação de alguns contratos para garantir a sua adequação às situações particulares das empresas, mantendo a condição da entrada em funcionamento do activo num período não superior a 12 meses.
Álvaro Fernão assegurou que o IGAPE prevê a privatização de quatro activos, neste primeiro semestre, destacando estar em fase avançada o processo do Banco de Fomento Angola (BFA) para ser listado na bolsa de valores.
Relativamente a operadora de telefonia móvel Unitel, afirmou que o processo está em preparação para a sua entrada em bolsa, embora seja mais complexo, devido a sua natureza.
Anunciou que também estã em preparação o processo de colocação no mercado de 15 por cento da TV Cabo, para concretização até ao final do ano.
O IGAPE tem igualmente em carteira a privatização das unidades industriais CIF, cujo concurso foi lançado a 27 de Janeiro último, assim como algumas unidades hoteleiras.
Aprovado em 2019, o PROPRIV visa reduzir a intervenção do Estado na economia e promover o fomento empresarial, estimulando a concorrência, competitividade e eficiência da economia nacional.
Inicialmente previsto para ser executado entre 2019 e 2022, com um total de 195 activos públicos para privatizar, o PROPRIV foi prorrogado para 2023-2027, justificada pela necessidade de se concluir os processos de reestruturação, o surgimento de novos activos a privatizar por via do processo de recuperação de activos e a necessidade de se criar um mecanismo activo de privatização.