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Parceiros internacionais continuam disponíveis para financiar Corredor do Lobito

Delegação angolana reuniu-se com parceiros americanos sobre Corredor do Lobito
Delegação angolana reuniu-se com parceiros americanos sobre Corredor do Lobito Imagens: DR

Redacção

Publicado às 10h09 22/04/2025

Washington - As corporações Financeira Internacional do Banco Mundial (IFC) e Financeira de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos da América (DFC) reafirmaram, esta segunda-feira, em Washington (EUA), a sua disponibilidade em continuar os financiamentos ao sector privado nas operações no Corredor do Lobito.

A garantia foi dada pela presidente da Comissão Executiva do IFC, Samaila Zubairu, numa mesa redonda que discutiu oportunidades no Corredor do Lobito, que contou com a presença dos ministros angolanos das Finanças, Vera Daves de Sousa, e dos Transportes, Ricardo Viegas D'Abreu.

A reunião, segundo o JA Online, realizou-se no quadro do programa de encontros que a missão angolana desenvolve nos Estados Unidos da América, onde se encontra para participar nas reuniões de primavera do Banco Mundial (BM) e Fundo Monetário Internacional (FMI), iniciadas segunda-feira e que vão até sábado. 

Samaila Zubairu recordou que a sua instituição está a desembolsar cerca de 400 milhões de dólares como parte de um financiamento destinado a criar infra-estruturas e melhorar a mobilidade para ligar Angola até à Zâmbia, assim como a interligação a outras rotas.

Sublinhou que nunca se colocou qualquer possibilidade de desistência de uma infra-estrutura que tem de necessariamente ser vista como crítica para o desenvolvimento de África e do comércio mundial, para além de gerar desenvolvimento nas comunidades e combater a pobreza no seio das famílias.

Na mesa redonda, denominada “Council Africa”, uma reunião de investidores dos Estados Unidos focada no desenvolvimento africano, a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, disse que o Governo angolano está comprometido em combinar as diferentes formas de financiamento às infra-estruturas, sem comprometer a estabilidade das finanças públicas e o plano de endividamento.

Vera Daves de Sousa afirmou que as autoridades angolanas continuam a trabalhar na eficiência dos resultados e numa contínua melhor organização para que o país seja capaz de mobilizar recursos, com vista a concretizar dos seus diferentes objectivos.

Na interacção com os investidores, Vera Daves de Sousa garantiu que Angola está a levar a cabo reformas profundas, incluindo um amplo combate à corrupção, visando assegurar uma nova era e capitalizar todo o conjunto de interesse dos parceiros internacionais na participação no desenvolvimento do país.

Por sua vez, o ministro dos Transportes, Ricardo D'Abreu considerou o Corredor do Lobito como uma infra-estrutura importante para o desenvolvimento de Angola e de toda a África, dando a conhecer que os 400 milhões de dólares reafirmados pelo IFC são uma parte de mais de quatro mil milhões de dólares que o Corredor do Lobito está a mobilizar de parceiros internacionais.

Considerou que o mais importante é anotar que todo este movimento visa a capitalização do sector privado, reiterando que são as empresas privadas que estão a ser financiadas para trabalharem, em prol do Corredor do Lobito, para que “mais do que um corredor ferroviário de transportes, seja transformado num corredor de desenvolvimento económico”.

Ricardo D'Abreu afirmou que, até 2027, o Governo pretende garantir que o Corredor do Lobito passe dos actuais um para seis comboios diários de carga transportada, prevendo-se, ainda para este ano, se chegue às 400 mil toneladas de carga transportada.

Na ocasião, anunciou que o início da construção de cerca de 800 quilómetros de linha, da fronteira de Angola para o interior da Zâmbia, pode ocorrer já em 2026, decorrendo, neste momento, o trabalho de mobilização dos recursos, por parte do IFC.

O “Council Africa” é uma concentração de entidades sediadas nos Estados Unidos, interessadas no financiamento ao desenvolvimento de África, sendo integrado pelo IFC, responsável pela mobilização de financiamento para empresas do sector privado, e pelo DFC, cuja principal missão é garantir que os financiamentos mobilizados tenham o menor custo (taxa de juros) para o país beneficiado.

A IFC é a maior instituição de desenvolvimento global focada no sector privado nos mercados emergentes. Trabalha em mais de 100 países, pela utilização de capital, experiência e influência para criar mercados e oportunidades nos países em desenvolvimento.

No ano fiscal de 2024, dados adiantam que a IFC atribuiu 56 mil milhões de dólares a empresas privadas e instituições financeiras em países em desenvolvimento.

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