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Semba pode ser elevado a património imaterial nacional

Bonga, ícone do semba
Bonga, ícone do semba Imagens: Reprodução/Facebook

Publicado às 14/02/2022 05h45 - Atualizado às 14/02/2022 05h47

O estilo musical semba poderá ser elevado a Património Imaterial Nacional ainda este ano uma pretensão do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente.

A directora do Instituto Nacional do Património Cultural, Cecília Gourgel, disse que tudo depende apenas do término de um processo criterioso a ser levado a cabo pelo ministério de tutela.
Cecília Gourgel garante que o seu departamento está engajado em entregar o dossier à apreciação derradeira. Porém, pondera que, no caso de haver mais questões a serem reavaliadas, a elevação poderá ser adiada para uma data oportuna a ser indicada.

"Como habitualmente o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente declara os bens na lista a Património Nacional na data de 18 de abril, Dia Mundial dos Monumentos e Sítios, vamos ver se até aí conseguimos ter o consenso e a consequente homologação do documento pelo ministro da Cultura Turismo e Ambiente, Filipe Zau. Se não conseguirmos, vamos fazer mais actividades e o que for necessário para que, se não declararmos até ao final do ano, podermos então declarar no próximo ano”, referiu Cecília Gourgel.

A directora prestou estas declarações à imprensa, à margem de um fórum sobre a semba, realizado na passada quarta-feira, no Museu de História Natural, e que serviu para a apresentação de propostas de enquadramento de temas musicais do estilo semba, sujeito a pautas musicais, com o objectivo de padronizar este estilo musical.
No referido encontro, Cecília Gourgel disse que a aprovação para a promulgação do semba a Património Nacional pelas entidades competentes é assunto que resulta da combinação de ideias e uma participação que envolve não apenas os artistas, bem como o engajamento da União Nacional dos Artistas e Compositores e demais intervenientes chamados ao debate, dentre estes a classe jornalística.

Já Manuel Gonçalves, director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos de Luanda, considerou ser urgente encontrar caminhos que elevem o semba a Património Cultural Imaterial de Angola, tarefa que faz com Luanda tenha uma grande responsabilidade em procurar incentivar e massificar os passos de todo o processo.

O músico Dom Caetano foi uma das figuras presentes no fórum sobre o semba, diz que é importante que estas discussões aconteçam atempadamente, para que se consiga elevar o semba a Património Imaterial Nacional. Quanto a entraves, apontou o facto de o país possuir uma cultura muito rica em ritmos, bem como a não padronização da semba.

Segundo o músico, nos últimos setenta anos, o semba foi cantando nas diversas partes do país, razão que o leva a avaliar que não se pode ter dificuldades em aceitar aquilo que é absorvido por todos.
Para ele a sociedade deve chamar as autoridades culturais e dizer que os músicos em mais de noventa por cento estão de acordo que a semba seja Património Nacional e indicado para a lista do Património Mundial.
E o músico Carlos Lamartine também presente no fórum considerou que o encontro foi rico e que a música nacional precisa de um investimento sério para uma pesquisa contínua e sustentável que ajude a dar o devido respeito à criatividade dos artistas de todo o país.

Para Lamaratine Angola não é unicamente de semba, mas mesmo com a diversidade cultural, o semba simboliza o espírito de unidade nacional.

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