Miriam Makeba inspira África 14 anos após a sua morte
A cantora sul-africana Miriam Makeba, falecida há 14 anos, continua sendo fonte de inspiração para muitos artistas em África. Situação que levou a artista de jazz Somi a homenageá-la com versões dos seus maiores sucessos.
Makeba surgiu de uma cidade negra para a fama mundial com sucessos musicais como "Pata Pata" e "Malaika". Ela é um dos principais rostos femininos na luta contra o apartheid e passou três décadas no exílio por ter uma visão contra o domínio da minoria branca.
Apesar do tempo que passou, ouvir a música da Miriam Makeba ainda nos faz sentir o chamado às armas, disse Somi numa entrevista enquanto a cantora e compositora ensaiava para um concerto em Pretória neste fim-de-semana.
Somi nasceu nos Estados de América há 40 anos e é filha de pais de Ruanda e Uganda. Somi disse que criou um álbum que se chama "Zenzile: The Reimagination of Miriam Makeba" como "carta de amor" para a sua maior fonte de inspiração na música.
Quando questionada sobre o nome Zenzile, Somi desse que este era o primeiro nome de Makeba e o álbum de homenagem combina versões do material de Makeba com composições originais de Somi.
O álbum foi apresentado oficialmente ao público no dia 4 de março no Apollo Theatre, em Nova York, dia que Makeba completaria 90 anos.
Somi, que em 2021 se tornou na primeira mulher de ascendência africana a receber uma indicação ao Grammy numa categoria de jazz - pelo álbum "Holy Room: Live at Alte Oper". A artista africana disse que Makeba abriu caminho para as gerações mais jovens.
Somi garntiu que os esforços de Makeba na luta para a emancipação do homem negro converge com as atuais batalhas de justiça racial e social, como o movimento Black Lives Matter nos Estados Unidos e outros países, e os protestos EndSARS de 2020 que abalaram a Nigéria.
A cantora africana de 40 anos terminou a entrevista dizendo que gostaria de acreditar que ela ficaria encantada ao ver como o continente está a ser visto e ouvido na actualidade. (AM)