Após polêmica, Academia decide manter indicação de actriz ao Óscar
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas resolveu manter a indicação de Andrea Riseborough, na categoria de Melhor Actriz do Óscar 2023. A entidade estava a analisar se houve irregularidades na campanha pela indicação da artista.
A polêmica surgiu pelo facto de Riseboroughter ter sido considerada uma grande surpresa na lista, pois o filme em que actua – “To Leslie” – é uma produção independente que quase não foi vista e foi pouco comentada.
Além disso, a actriz e a longa-metragem passaram despercebidos nos festivais e outras premiações internacionais e não investiram numa campanha massiva de promoção, algo incomum ao Óscar.
A suspeita da Academia é de que os produtores tenham recorrido a meios irregulares para obter a indicação. O Óscar tem regras definidas contra o “lobby”, e a equipa de “To Leslie” pode ter quebrado algumas delas.
Violação de regras
Uma das infracções apontadas pela media internacional e especialistas teria sido feita pela actriz Mary McCormack, esposa de Michael Morris, director do "To Leslie".
Mary McCormack enviou um e-mail a amigos da indústria de cinema solicitando apoio à indicação da longa-metragem e do nome de Riseborough ao Óscar. Na mensagem, pedia para que fizessem posts favoráveis no Instagram.
Vários artistas atenderam ao chamado, entre os quais Jane Fonda, Geena Davis e Mira Sorvino. Além disso, Charlize Theron, Gwyneth Paltrow, Demi Moore, Courteney Cox e Edward Norton participaram de sessões especiais com os votantes da Academia.
Assim que a votação para o Óscar começou, outros actores passaram a elogiar publicamente o desempenho de Riseborough. “Andrea deveria ganhar todos os prémios que existem e todos os que ainda não foram criados”, escreveu a actriz Gwyneth Paltrow no Instagram.
Já Kate Winslet organizou uma exibição do filme e, durante uma sessão virtual de perguntas e respostas com Riseborough e com o director Michael Morris, disse que o trabalho de Riseborough era “a maior actuação feminina na tela que já vi em minha vida”.
Não puniu, mas não gostou
Embora tenha mantido a indicação de Andrea Riseborough, a instituição responsável pelo Óscar emitiu uma nota, em que desaprova os métodos de promoção utilizados.
"A Academia determinou que a actividade em questão não atinge um nível que leve a indicação do filme a ser rescindida. No entanto, descobrimos media social e tácticas de campanha de divulgação que causaram preocupação. Essas tácticas estão a ser abordadas directamente com as partes responsáveis", expressa o comunicado.
•Com informações do The New York Times e Terra