Quarenta e cinco anos depois, o 27 de Maio quebra o paradigma do silêncio amedrontador, que ao longo de várias décadas se viveu por esta tragédia, no que se refere a história pós -colonial. A história do 27 de maio, não só alberga questões políticas, mas também de memória e identidade.

É uma responsabilidade histórica, e uma obrigação que se reponham os factos sem tabus, depois de tanta repressão por parte de familiares cujo o sangue foi jorrado, bem como da sociedade em geral. É chegada a hora de agarrar a cobra pela cabeça, e arcar as responsabilidades políticas e sociais.

O primeiro passo foi a aberta para se debater sobre o assunto, sendo que o segundo está a ser marcado pelos feitos da Comissão para a Implementação do Plano de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos CIVICOP, que escolheu o ano de 2022, como o ano da virada, ao decidir recolher apartir de uma base de dados, informações genéticas de parentes das principais figuras do 27 de Maio, que ainda estejam vivos em Angola e no exterior do país.

Este processo, vai necessariamente contar com mais esclarecimento do CIVICOP, ás famílias, dada a complexidade dos trabalhos, desde a triagem até a obtenção dos resultados dos testes de ADN, como afirmou o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos Francisco Queiroz, no encontro da segunda fase do CIVICOP, que reuniu ontem, em luanda, de modo a manter contacto com os familiares dos personagens do 27 de Maio.

Em entrevista à rede Ginga, o general Silva Mateus disse que farão a entrega de ossadas de 4 personalidades na quarta feira de 8 de junho, e consequentemente serão enterradas no domingo 10 de junho. Diz não existir contradição sobre a afirmação do ministro Queiroz e a fundação 27 de maio, e doravante esta data não será uma sombra para o processo histórico de Angola.

O processo e continuo, e as ossadas confirmadas das quatro individualidades são Nito Alves, Ilidio Ramalhete, Sianuk e Jacob Caetano. O processo aguarda as confirmações dos testes de ADN de José Vandunem, Sita Vales, Rui Coelho Manuel Veloso Betinho, num universo de três mil pesquisas. (Lu Matamba)