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Mortes por assaltos em alto-mar provocam trauma em pescadores

Mais de 30 mil pescadores artesanais estão com registros cancelados
Mais de 30 mil pescadores artesanais estão com registros cancelados Imagens: Agência Brasil

Publicado às 09/06/2022 07h02 - Atualizado às 27/06/2022 10h11

Os assaltos em alto-mar na orla marítima angolana provocam mais de duas mortes, desaparecimento de dois pescadores e danos equivalentes a mais de seis milhões de cuanzas desde 2021 até primeiro trimestre de 2022. 

Estes dados foram apresentados pela Polícia Fiscal Aduaneira no princípio deste mês. Todos os dias, os pescadores madrugam para alimentarem a população e sustentarem as suas famílias, mas o que você talvez não saiba são os perigos de vida que enfrentam em alto-mar, devido os piratas modernos, conforme conta Mateus Simão, um dos pescadores da Barra do Bengo na Boca do Rio assaltado em alto-mar, no Cacuaco que diz que só não foram mortos, porque os assaltantes afirmaram estarem cansados de tanto matarem.


"Estou com trauma e se tivesse outra alternativa de sobrevivência, jamais voltaria ao mar para pescar", desabafou Mateus Simão em tom de desespero.

E responsáveis das embarcações mostram-se preocupados, como é o caso da-Ana Cristina, de Cacuaco, que também viu assaltada duas embarcações que pensa na possibilidade de aumentar o preço do peixe se os assaltos aumentarem.

Por isso mesmo, Ana Cristina apela às autoridades marítimas a fiscalizarem mais, porque se tudo continuar assim, podem também levar meios de defesa.

"Se tudo continuar assim, estamos a pensar em levar armas de fogo para nos protegermos dos assaltantes, já que eles estão a matar’’, avançou.

O outro pescador assaltado, Adão António afirma que alguns desses supostos assaltantes podem fazer parte da Polícia Fiscal e do grupo de pescadores, porque enquanto eram assaltados, um dos supostos assaltantes chamou pelo seu nome.

"O que mais nos preocupa é que esses piratas modernos estão a utilizar armas de última geração, como por exemplo pistolas silenciosas que só os policiais têm", sublinhou.

Perante esta situação, o porta-voz da Polícia Nacional, sub-comissário Mateus Rodrigues não descartou essa possibilidade e prometeu investigar o caso e pediu aos pescadores para retomarem os seus trabalhos em alto-mar, porque vão reforçar as medidas de segurança.

E os clientes na Praia da Mabunda estão desapontados com essa situação e temem pelo aumento do preço do pescado. Para Etson Gabriel que já revende o peixe há mais de 15 anos pede as autoridades para fiscalizarem mais a costa angolana.

Nas duas últimas operações conjuntas realizadas pelas autoridades marítimas angolanas foram detidos três supostos assaltantes e apreendidas mais de 29 embarcações. (Paulo António)

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