Preços da TAAG levam passageiros para aviões militares e autocarros

A grande maioria dos clientes dos voos domésticos regulares da TAAG são trabalhadores de petrolíferas e empresas mineiras que viajam em missão de serviço. A lotação dos voos geralmente é baixa, mas os preços são altos.

As viagens de ida para as Lundas, norte e sul do país, pode chegar a custar 139 mil kz, mais que o triplo das viagens clandestinas feitas em terminais aéreo militar das forças armadas angolanas, que custam para os dois destinos, 40 mil kz. A viagem em aparelhos militares acaba por servir de alternativa aos preços altos da TAAG.

Nos últimos cinco anos, a prática de viajar ilegalmente nos voos militares diminuiu, mas ainda assim, em viagem de emergência ou no fim-de-semana, altura em que os preços são mais altos, os clientes são empurrados para as viagens clandestinas dos voos militares, que são ilegais para civis. A possibilidade de viajar nos aviões militares continuam a fazer com que pessoas com ligações a funcionários do terminal aéreo militar viajam as escondidas com alguma facilidade, apurou o Expansão junto de fonte no terminal.

Esta é uma alterativa para chegar às províncias mais distantes, evitando elevados custos, além de que permitem reduzir as horas e o cansaço das viagens por estrada, diz um passageiro ao Expansão. "Não tenho condições para pagar mais de 60 mil Kz por uma viagem, deste modo tento quase sempre os voos militares para evitar mais de mil Km de estrada e custa muito menos", explica.

Outra fonte do Expansão junto do terminal aéreo garante que, no caso de civis, só viajam nos voos militares pessoas que vão prestar determinado serviço a bases militares. Dos 12 destinos com ligações pela TAAG, a partir de Luanda, apenas três províncias, nomeadamente Cuando Cubango, Bié, Namibe, têm custos maus baixos do que os voos militares. Todas as outras custam mais do que o dobro. (Vinisia Mateus)