China lança míssil intercontinental em águas internacionais

Pequim - A China anunciou que lançou com sucesso um míssil balístico intercontinental (ICBM) carregando uma ogiva fictícia, que caiu no Oceano Pacífico. De acordo com peritos militares, esse tipo de míssil é projetado para o lançamento de armas nucleares.

A imprensa internacional relata que o ICBM foi lançado às 08h44 (hora local) de quarta-feira (25/09) e “caiu nas áreas marítimas previstas”, disse o Ministério da Defesa, acrescentando que o teste era “rotineiro” e parte do seu “treinamento anual”.

O tipo de míssil e a sua trajectória são desconhecidos, mas a imprensa estatal chinesa afirmou ter “informado antecipadamente os países da região”, segundo a BBC.

Entretanto, o governo do Japão alegou que não recebeu “nenhuma notificação” do lançamento do teste do ICBM.

“Não houve aviso prévio do lado chinês”, disse Yashimasa Hayashi, o porta-voz do governo, aos repórteres.
O Ministério da Defesa japonês afirmou anteriormente que não houve danos aos seus navios.

“Continuaremos a recolher e analisar informações sobre os movimentos militares chineses e a tomar todas as precauções possíveis na nossa vigilância e monitoramento”, disse o ministério no início da tarde de quarta-feira, segundo a agência de notícias nacional japonesa NHK.

A última vez que a China realizou um teste semelhante, em Maio de 1980, o ICBM voou 9.070 km e caiu no Pacífico.

O teste envolveu 18 embarcações da marinha chinesa e ainda é considerada uma das maiores missões navais do país asiático

Em Julho deste ano, a China suspendeu as negociações sobre o controle de armas nucleares com Washington, em retaliação pela continuação da venda de armas dos EUA a Taiwan.

Num relatório divulgado no ano passado, o Pentágono estimou que a China tinha mais de 500 ogivas nucleares operacionais no seu arsenal, das quais aproximadamente 350 são ICBMs.

O relatório também projectou que a China terá mais de 1.000 ogivas até 2030. Ainda assim, isso e apenas uma fracção das mais de 5.000 ogivas que tanto os EUA como a Rússia afirmam possuir.