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Rússia acusa EUA de "atear fogo" com decisão sobre o uso de mísseis

Rússia acusa EUA de "atear fogo" com decisão sobre o uso de mísseis
Rússia acusa EUA de "atear fogo" com decisão sobre o uso de mísseis Imagens: DR

Redacção

Publicado às 07h07 19/11/2024

Moscovo - A Rússia afirmou, segunda-feira, que o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, inflamará ainda mais a tensão na Ucrânia ao permitir que Kiev use mísseis de longo alcance para ataques dentro da Rússia.

O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, disse ter visto relatos na comunicação social de que Joe Biden autorizou os ataques, o que uma autoridade dos EUA confirmou à AFP.

Assim, "é óbvio que o governo cessante em Washington pretende tomar medidas para continuar a atear fogo e a provocar uma maior escalada das tensões".

Dmitry Peskov acrescentou ainda que tal medida daria início a uma nova ronda de tensões e aprofundaria o envolvimento dos EUA na guerra.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou, domingo, a Ucrânia a atacar o interior da Rússia com mísseis de longo alcance norte-americanos.

Em causa está o uso dos mísseis ATACMS com um alcance de cerca de 300 quilómetros, que poderão ser utilizados contra as tropas russas e norte-coreanas na região de Kursk, no oeste da Rússia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, avisou em Setembro que essa autorização ocidental "significaria nada menos do que o envolvimento directo dos países da NATO na guerra na Ucrânia".

A decisão de Washington foi anunciada no domingo pelos meios de comunicação social norte-americanos e confirmada à AFP por um funcionário dos Estados Unidos.

A decisão foi conhecida após mais um fim-de- semana de ataques russos maciços e mortíferos contra a Ucrânia e apenas algumas semanas antes da transferência de poder entre o Presidente cessante e Donald Trump.

Citando Putin, o porta-voz do Kremlin avisou que os ataques em território russo "não serão efectuados pela Ucrânia, mas pelos países que dão a sua autorização".

Referiu que as coordenadas dos alvos "não são fornecidas pelos militares ucranianos, mas por especialistas desses países ocidentais", o que "muda radicalmente a natureza" do seu envolvimento no conflito.

A administração de Biden tem sido o principal apoiante de Kiev, permitindo às forças ucranianas resistir às tropas russas desde que Putin ordenou o ataque contra a Ucrânia em Fevereiro de 2022.

A continuidade do apoio de Washington foi posta em causa com a eleição para a presidência de Trump, cujas declarações de campanha levaram a Ucrânia a recear que pretenda forçar o fim dos combates à custa de concessões inaceitáveis para Kiev.

Moscovo, cujas tropas avançam há vários meses em vários segmentos da linha da frente, avisou que qualquer conversa sobre o fim dos combates só poderá basear-se nas "novas realidades territoriais".

Desde o início da guerra, a Rússia declarou como anexadas ao seu território as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, depois de ter feito o mesmo à Crimeia em 2014.

A Ucrânia exige a retirada das tropas russas de todo o seu território, incluindo as cinco regiões anexadas pela Rússia.

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