Angola votou a favor do cessar-fogo na Faixa de Gaza
Nova Iorque - Angola votou a favor de uma resolução que exige o cessar-fogo na Faixa de Gaza, numa sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada esta quinta-feira, em Nova Iorque.
Um comunicado da Missão Permanente de Angola junto das Nações Unidas, em Nova Iorque, adianta que votaram a 158 países, outros nove contra e 13 abstiveram-se, no quadro da décima sessão especial de emergência da Assembleia-Geral sobre as acções israelitas ilegais em Jerusalém Oriental e no resto do território palestino ocupado.
O representante permanente adjunto e encarregado de negócios da Missão de Angola junto das Nações Unidas, embaixador Mateus Luemba, defendeu que o conflito precisa de chegar ao fim, realçando a necessidade da implementação imediata do cessar-fogo.
Salientou que deve ser concedida assistência humanitária plena e ilimitada e libertados incondicionalmente todos os reféns, adiantando que o momento para a acção colectiva do mundo "é agora para o bem daqueles que, em Gaza, vêm esta organização como a sua última esperança para alcançar a paz e a estabilidade”.
Mateus Luemba apelou a todas as partes envolvidas no conflito de Gaza para que exerçam a máxima contenção, ponham fim imediato a todas as hostilidades e respeitem integralmente o Direito Internacional, incluindo o Direito Internacional Humanitário.
Sublinhou que o retomar da sessão especial de emergência ocorre num contexto internacional muito desafiante e complexo, particularmente devido as preocupações estratégicas e as implicações regionais no ambiente político e diplomático no Médio Oriente e a grave deterioração da situação humanitária e de segurança na Faixa de Gaza.
Recordou que civis sofrem e morrem todos os dias, enfatizando que "neste conflito não há vencedores, todos são vítimas! Os civis, na sua maioria mulheres e crianças, estão a pagar um preço elevado, perdendo tudo, incluindo as suas próprias vidas”.
Enfatizou que Angola condena o terrorismo em todas as suas formas e manifestações, independentemente da sua motivação ou dos seus intervenientes.
Uma resolução sobre a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA - sigla inglesa) foi igualmente votada na sessão, com 159 votos a favor, nove contra e 11 abstenções.
A agência tem sido responsável pela educação e prestação de assistência vital a mais de 500 mil crianças palestinianas nos territórios ocupados, principalmente através das quase 700 escolas que gere, pelo que a cessação ou restrição das actividades da UNRWA deixa os refugiados palestinianos sem a assistência essencial de que necessitam, considerou Mateus Luemba.
Afirmou que, para Angola, qualquer medida para impedir a presença da UNRWA prejudica os direitos humanos fundamentais, incluindo os direitos à vida, à saúde, à alimentação, à água e ao saneamento e aumenta a tensão na região.
Reconheceu que as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança devem tomar medidas concretas para implementar as suas próprias resoluções, criando o Estado soberano independente da Palestina, e reafirmou o direito do povo palestino à auto-determinação, incluindo o direito de viver num Estado independente.