China desenvolve tecnologia laser 10 vezes mais rápida do que a Starlink
Hong Kong - A China avançou significativamente na corrida tecnológica de comunicações a laser entre satélites e a Terra, superando a Starlink, de Elon Musk, com uma velocidade de transmissão de 100 gigabits por segundo – dez vezes mais rápida do que o recorde anterior do país.
De acordo com o jornal South China Morning Post de Hong Kong, este marco foi alcançado pela Chang Guang Satellite Technology, responsável pela constelação Jilin-1, a maior rede comercial de satélites de sensoriamento remoto submétrico do mundo.
O jornal acrescenta que a transmissão foi realizada entre uma estação terrestre móvel, montada num camião, e um dos 117 satélites Jilin-1 em órbita terrestre.
“A Starlink de Musk apresentou um sistema de comunicação a laser entre satélites, mas ainda não implementou comunicações a laser entre satélites e a Terra”, explicou Wang Hanghang, chefe de tecnologia de estações terrestres de comunicação a laser da Chang Guang.
“Já iniciámos uma implantação em larga escala e planeamos equipar todos os satélites Jilin-1 com unidades de comunicação a laser, com o objectivo de criar uma rede de 300 satélites até 2027.”
Os métodos tradicionais de transmissão de dados de satélites para a Terra tornaram-se ineficientes devido ao aumento do volume de informações capturadas.
A solução da Chang Guang foi o desenvolvimento de um terminal de comunicação a laser compacto, com o tamanho de uma mochila, capaz de transferir dados em alta velocidade tanto entre satélites como entre o espaço e a Terra.
De acordo com o site O Cafezinho, lançado a bordo do satélite Jilin-1 02A02 em Junho de 2023, este terminal representa um avanço significativo. Além disso, a estação terrestre móvel, montada num veículo, aumenta a fiabilidade do sistema ao deslocar-se para evitar condições climáticas adversas.
Outras estações receptoras serão instaladas em várias regiões da China para melhorar a eficiência na aquisição de imagens de sensoriamento remoto.
Esta conquista não foi simples. Os engenheiros enfrentaram desafios como distúrbios atmosféricos, o rápido movimento dos satélites e a necessidade de um alinhamento preciso do laser, obstáculos que ilustram a complexidade de alcançar uma comunicação a laser confiável e em alta velocidade.
Este desenvolvimento não foi isento de desafios. Os engenheiros tiveram de superar problemas como distúrbios atmosféricos, o movimento rápido dos satélites e a necessidade de um alinhamento extremamente preciso do laser.
Apesar disso, a Chang Guang já havia alcançado um marco anterior em Outubro de 2023, ao atingir 10 Gbps.
Agora, o impressionante recorde de 100 Gbps – equivalente à transmissão de dez filmes completos em apenas um segundo – consolida a posição da China como líder global nesta tecnologia.
As implicações desta evolução são profundas. A melhoria das infra-estruturas de satélite beneficiará a navegação, o sensoriamento remoto e as futuras tecnologias 6G da Internet.
Ao resolver os actuais estrangulamentos de comunicação, os avanços da China na tecnologia laser abrem caminho a uma nova era de capacidades espaciais.