FAIXA DE GAZA
Israel e Hamas chegam a um acordo de cessar-fogo
15/01/2025 22h43
Doha - Israel e o movimento palestiniano Hamas acordaram num cessar fogo a entrar em vigor no próximo dia 19 de Janeiro na Faixa de Gaza, anunciou hoje o Primeiro-ministro do Qatar Mohammed bin Abdulraham Jassim Al Thani.
O acordo foi confirmado pouco depois pelo presidente dos Estados Unidos Joe Biden que disse ser no essencial o plano que os Estados Unidos apresentaram há algumas semanas atrás e que foi alvo de intensas negociações.
O acordo será monitorado por entidades do Egipto, Qatar e Estados Unidos sediados no Cairo onde estarão também representantes do Hamas e Israel, disse o chefe do governo do Qatar.
O acordo prevê a sua aplicação em três fases iniciando-se com a libertação de 33 reféns israelitas em troca de um número não especificado de presos palestinianos.
Acordo em três fases
A primeira fase prevê a libertação de 33 reféns. Israel inicia uma retirada gradual mantendo um perímetro de segurança em Gaza. Palestinianos condenados a prisão perpétua por actos de terrorismo serão libertados e Israel irá manter uma presença pequena no chamado Corredor de Filadélfia que faz fronteira entre o Egipto e Gaza.
A segunda fase prevê conversações para a libertação de mais reféns, o início da retirada de Israel e adopção de protocolos de segurança para os palestinianos que regressarem ao norte de Gaza.
A terceira fase prevê a libertação de todos os reféns e a retirada israelita após essa libertação ter sido realizada. Após isso iniciar-se-á a reconstrução do território.
O secretário Geral da ONU António Guterres disse que a ONU está pronta para apoiar o acordo e entregar ajuda humanitária, mas avisou que o acordo deve remover "obstáculos" à segurança que impede a entrega de ajuda.
Muitas zonas de Gaza caíram na anarquia onde bandos armados saqueiam que regularmente ajuda humanitária.
O Hamas terá informado os negociadores que dos 251 reféns feitos no ataque do Hamas a Israel, 91 estão ainda no cativeiro e desses 91 pelo menos 34 estão mortos.
O Hamas emitiu uma declaração descrevendo o acordo como “um grande ganho que reflete a lenda que foi alcançada através da firmeza de Gaza, do seu povo e da bravura da resistência”. Para o Hamas Israel “falhou em alcançar qualquer dos seus objetivos.”