Trump acredita que "anexação da Gronelândia vai acontecer"


Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está confiante na "anexação da Gronelândia" por parte dos Estados Unidos e admitiu este facto novamente na quinta-feira, em conversa com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, na Sala Oval da Casa Branca, em Washington.
"Acho que a anexação da Gronelândia vai acontecer. Não tinha pensado muito nisso antes, mas estou sentado ao lado de um homem que pode ser muito útil. Mark, precisamos disso para a segurança internacional, não apenas para a segurança nacional", pediu Trump.
O partido Demokraatit, que defende uma aproximação lenta à independência da Gronelândia, venceu as eleições na terça-feira e Trump considerou que foi um bom resultado para os Estados Unidos.
Entretanto, a Dinamarca reafirmou nesta sexta-feira que a Gronelândia "não está aberta" à anexação, depois do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter insistido na ideia de o território autónomo dinamarquês ser integrado nos Estados Unidos.
"A Gronelândia não está aberta à anexação, quer ao abrigo do tratado da NATO, da Carta das Nações Unidas ou do direito internacional", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, citado pela agência francesa AFP.
"Desta vez, temos de endurecer a nossa rejeição de Trump. Não podemos continuar a ser desrespeitados", afirmou Mute Egede nas redes sociais.
Os gronelandeses levaram ao poder um partido de centro-direita, os Democratas, que é a favor de uma eventual independência da Dinamarca, mas não de uma ligação aos Estados Unidos.
"Não vejo qualquer indício nas eleições da Gronelândia de que as pessoas queiram deixar o reino para se tornarem americanas", afirmou o chefe da diplomacia dinamarquesa.
O vencedor das eleições legislativas, Jens-Frederik Nielsen, o provável futuro chefe do governo da Gronelândia, descreveu os comentários de Donald Trump como inapropriados.
"As declarações de Trump nos Estados Unidos são descabidas e mostram mais uma vez que devemos permanecer unidos nestas situações", comentou nas redes sociais.
Trump disse pela primeira vez que queria comprar a Gronelândia em 2019, durante o primeiro mandato na Casa Branca, e voltou à carga desde que foi eleito em Novembro de 2024.
A ilha ártica com dois milhões de quilómetros quadrados (80% dos quais cobertos de gelo) tem uma população de apenas 56 mil habitantes.
Os Estados Unidos mantêm uma base militar no norte da Gronelândia ao abrigo de um amplo acordo de defesa assinado em 1951 entre os EUA e a Dinamarca.
Além da localização estratégica no Ártico, a Gronelândia possui minerais de terras raras presos sob o gelo, necessários para as telecomunicações, e milhares de milhões de barris de petróleo por explorar, segundo a agência norte-americana AP.