Ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 condenam Rwanda e M23


Quebec - Os ministros dos Negócios Estrangeiros das sete potências industriais do mundo agrupados no G7 condenaram o Rwanda e o grupo armado M23, pelas suas acções armadas na República Democrática do Congo (RDC).
Num comunicado emitido após a sua reunião, realizada quinta-feira última em Quebec (Canadá), os ministros do G7 ignoraram as declarações do Rwanda, de que não está envolvido directamente no conflicto, e “condenaram a ofensiva do M23 apoiada pelo Ruanda, no Leste da RDC, e a violência, a deslocação e as graves violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário daí decorrentes”.
“Esta ofensiva constitui um flagrante desrespeito pela integridade territorial da República Democrática do Congo”, expressa o comunicado, que acrescenta que os ministros “reiteraram o seu apelo para que o M23 e a Força de Defesa do Rwanda se retirem de todas as áreas controladas”, informa a Voz da América.
Os ministros “pediram que todas as partes apoiassem a mediação liderada pela Comunidade da África Oriental e pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, promovessem a responsabilização pelos abusos dos direitos humanos cometidos por todos os intervenientes armados, incluindo o M23 e as FDLR, e se comprometessem com uma resolução pacífica e negociada do conflito, incluindo a participação significativa das mulheres e dos jovens”.
As Forças Democráticas de Libertação do Rwanda (FDLR) operam dentro do Congo e são acusadas pelas autoridades rwandesas de serem formadas por membros da etnia Hutu envolvidos no genocídio naquele país contra os Tutsis.
O comunicado surge poucos dias antes de Luanda, capital de Angola, ser palco do primeiro encontro directo entre representantes do Governo da RDC e do M23.
O governo congolês tinha até agora recusado negociar directametne com o M23 e por considerar que o mesmo é totalmente controlado pelo Rwanda.
Relativamente ao continente africano, os ministros dos Negócios Estrangeiros das sete potências industriais do mundo denunciaram "inequivocamente os combates e as atrocidades em curso no Sudão, incluindo a violência sexual contra mulheres e raparigas, que levaram à maior crise humanitária do mundo e à propagação da fome."
Os ministros "pediram às partes em conflito que protegessem os civis, cessassem as hostilidades e garantissem o acesso humanitário irrestrito, e instaram os intervenientes externos a terminarem o seu apoio à alimentação do conflito".
O G7 é composto pelo Japão, Canadá, Itália, França, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos da América.