Teerão - O Irão informou nesta terça-feira que a reunião entre técnicos iranianos e norte-americanos sobre o programa nuclear de Teerão foi adiada de quarta-feira para sábado, data em que também decorrerá, em Omã, um encontro entre os principais negociadores dos dois países.

O anúncio foi feito pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, sem adiantar os motivos do adiamento, segundo a agência noticiosa estatal IRNA.

O Irão e os Estados Unidos já realizaram duas rondas de conversações com vista a um novo acordo sobre o programa nuclear iraniano e que foram descritas pelas partes envolvidas como construtivas.

Após a segunda reunião em Roma, no sábado passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, anunciou a concordância para passar à fase seguinte das negociações com uma reunião técnica entre especialistas dos dois países na quarta-feira.

Também no sábado Araqchi indicou que deveria realizar-se uma nova reunião indirecta, mediada por diplomatas de Omã, com o enviado especial dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, em Mascate. Ambas as reuniões estão agora previstas para sábado, segundo Baghaei.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, reiterou as ameaças militares na quinta-feira, ao afirmar que não exclui um plano israelita para destruir as instalações nucleares iranianas, caso não haja acordo.

Após o seu regresso à Casa Branca para um segundo mandato presidencial, em Janeiro, o republicano retomou a política de "pressão máxima" contra o Irão, com pelo menos seis rondas de sanções para impedir a venda de petróleo iraniano.

Durante o primeiro mandato de Trump na presidência (2017-2021), os Estados Unidos abandonaram o acordo nuclear de 2015, assinado entre o Irão e seis potências ocidentais, que limitava o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções.

Desde então, o Irão tem vindo a enriquecer urânio muito para além dos limites previstos nesse acordo e possui agora 8.294 quilogramas, 274 dos quais com 60% de pureza.

Os iranianos defendem o seu direito à energia nuclear para fins civis e negam que pretendam desenvolver armas nucleares, algo de que o Ocidente tem fortes suspeitas. O Irão e os Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980.