CORREDOR DO LOBITO
Zâmbia está interessada no Corredor do Lobito para o desenvolvimento inter-regional
05/12/2023 11h48
Solwezi – A Zâmbia está interessada no Corredor do Lobito para o desenvolvimento inter-regional, por ser um Projecto e uma rota forte para ligar nações fortes do atlântico ao índico, afirmou, segunda-feira, em Solwezi, o ministro da província do Noroeste do país, Robert Lihefu, segundo a Angop.
O ministro (equivalente a governador provincial) da província do Noroeste da Zâmbia, fez tais declarações durante um encontro de cortesia com o governador do Moxico, Ernesto Muangala, que participará no II Fórum de Cooperação Regional e Intercâmbio Cultural entre as províncias do Moxico (Angola) e do Noroeste (Zâmbia), a decorrer de 4 a 7 deste mês.
Numa primeira fase, o Corredor do Lobito, seleccionado entre os 40 projectos de investimentos europeus e norte-americanos, visa expandir a linha ferroviária, que poderá tornar-se a principal infra-estrutura de transporte ferroviário que liga a República Democrática do Congo (RDC) e a Zâmbia aos mercados globais através de Angola. Da Zâmbia e RDC poderá estender-se à Tanzânia e, também, ao Oceano Índico.
O Corredor Ferroviário do Lobito estende-se, em Angola, por quase mil 300 quilómetros, passando pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico. A infra-estrutura continua na RDC até Solwezi, na Zâmbia, num percurso de 400 quilómetros, e está também ligado à extensa rede ferroviária administrada pela Sociedade Ferroviária Nacional do Congo.
Para o governante zambiano, o projecto facilitará as transações comerciais e exportação do cobre e do níquel, uma vez que a região é a segunda maior produtora do cobre no mundo e possui a maior reserva do níquel a nível do globo.
Salientou igualmente a importância do fórum de cooperação que, segundo disse, poderá incrementar o reforço das parcerias nas áreas do comércio, desenvolvimento cultural, oportunidades de negócios, para gerar emprego para os jovens e, sobretudo, à mulher, sem descurar as áreas da saúde, educação, defesa e segurança, entre outros.
Por seu lado, o governador do Moxico, Ernesto Muangala, frisou que o actual contexto global acarreta desafios e muitas incertezas, daí privilegiar-se uma interacção para desenvolver-se uma cooperação que alcance as expectativas dos cidadãos.
Defendeu ser preciso, também, ampliar e interligar as redes de vias rodoviárias e ferroviárias, sendo que Angola está a realizar um "grande esforço" na recuperação e construção de infra-estruturas, como o corredor do Lobito, que facilitará a interligação e a circulação de pessoas bens entre o oceano atlântico e o índico.
Reiterou para “num futuro breve”, a construção do ramal na província do Moxico, a partir do município do Luacano, que ligará a Zâmbia, passando pela província do Noroeste para garantir maior ligação e trocas comerciais.
De acordo com o governante, Angola está a investir "seriamente" no domínio das telecomunicações, com realce para ANGOSAT II, que está em condições de prestar serviços na região da África Austral.
Para hoje, terça-feira, segundo dia do Fórum, estão prevista visitas às fazendas agrícolas, projectos de mineração e de energias, tal como ocorreu segunda-feira com a mina de Kansanshi, a maior do país, que emprega mais de sete mil trabalhadores, explorada numa área de 10 quilómetros de cumprimentos e cinco de largura.
Essa iniciativa do governo Moxico, em estabelecer acordos de cooperação com as províncias vizinhas da Zâmbia, visa concretizar a vontade dos presidentes de Angola, João Lourenço, e da Zâmbia, Hakainde Hichilema, no início de 2023, de explorar o potencial estratégico do Corredor do Lobito