Téte António destaca importância do mercado africano para diplomacia económica do país

Luanda - O ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, destacou, em Luanda, a vital importância da captação de investimentos estrangeiros, o estímulo às exportações, a atracção de turistas e a internacionalização das empresas nacionais, no quadro da diplomacia económica que o país está a promover.

Ao discursar na abertura do décimo Conselho consultivo do seu ministério, a decorrer hoje e terça-feira, Téte António sublinhou o papel preponderante do mercado africano para as exportações e mencionou as melhorias do ambiente de negócios em Angola, citando como investimentos notáveis os em curso no Corredor do Lobito e o regresso ao país da multinacional diamantífera De Beers, e, na vertente da promoção do turismo nacional, a recente abertura do Parque Nacional do Iona, na província do Namibe.

Téte António referiu que os povos africanos possuem na generalidade, uma cultura semelhante em termos de consumo, factor este que bem aproveitado, pode maximizar as exportações da classe empresarial angolana.

A título de exemplo, apontou o Café de Angola que começa a recuperar a sua posição em vários mercados internacionais, onde já se estão a afirmar outros produtos, como o mel e o cacau.

O Ministro realçou os avanços nas relações bilaterais, nomeadamente a aproximação aos Estados da península arábica, a dinamização das comissões mistas bilaterais e a abertura de novas embaixadas angolanas na Noruega, Indonésia, Timor-Leste e Austrália.

Salientou ainda o compromisso de Angola com a diplomacia de paz, desempenhando um papel activo na resolução pacífica de conflitos em África, especialmente na região dos Grandes Lagos e no Sahel, tendo defendido o multilateralismo como uma abordagem eficaz para combater ameaças globais e promover soluções colectivas.

O chefe da diplomacia angolana reiterou a necessidade de reforma do Conselho de Segurança da ONU, visando torná-la mais inclusiva e eficiente.

Expressou o apoio de Angola a um cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas, na faixa de Gaza, e uma solução de dois Estados, bem como negociações directas para resolver o conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

O Conselho Consultivo, que decorre sob o lema “O MIREX e a valorização do capital humano nas vertentes diplomática e administrativa”, conta com a participação de membros dos órgãos centrais de direcção e executivos externos, de apoio consultivo, de apoio técnico e instrumental.

A agenda de trabalhos contempla, entre outros temas, os desafios do serviço consular na relação com a diáspora angolana, as iniciativas da diplomacia económica para a promoção do “Feito em Angola”, as linhas estratégicas para a presidência de Angola da União Africana, em 2025, e as prioridades do País na ONU.

A dinâmica de trabalho da ONU face ao ressurgimento da rivalidade estratégica no seio dos P5, a situação geopolítica actual de África e o papel da diplomacia angolana, a presidência "pro-tempore" de Angola na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) 2023/2024, o quadro geopolítico e geo-económico do Médio Oriente, a geopolítica da Europa e seus Desafios e o quadro de cooperação com a região América e as potencialidades da Ásia e Oceania são outros temas em abordagem.

 

Os P5 são os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas com direito a veto, nomeadamente Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China.

Durante o encontro será ainda apresentada a quota financeira do Ministério e os duodécimos das missões diplomáticas e consulares para o ano em curso e um informe sobre a gestão e organização administrativa, financeira e patrimonial referente ao ano de 2023.

A estratégia de trabalho com as comunidades angolanas no exterior e os desafios da diplomacia económica angolana na atracção de investimento directo para o fomento do turismo nacional constam também dos temas em discussão.