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Lopo do Nascimento e Olusegun Obasanjo recordam Agostinho Neto

Ex-Presidente da Nigéria, Olusengo Obasanjo
Ex-Presidente da Nigéria, Olusengo Obasanjo Imagens: Cedida

Redacção

Publicado às 19h16 18/09/2024 - Actualizado às 11h46 19/09/2024

Lagos - O antigo Primeiro-ministro, Lopo do Nascimento, recordou, esta terça-feira, a contribuição decisiva da Nigéria para a sobrevivência do primeiro governo de Angola, depois da Independência Nacional, proclamada a 11 de Novembro de 1975.

Falando numa mesa redonda sobre o tema “O Pan-Africanismo no percurso político de Agostinho Neto”, Lopo do Nascimento confirmou que a estratégia do MPLA e do Presidente Neto para a independência do país passou pelo apoio político e militar da Nigéria, incluindo a busca de consensos, através da extinta Organização de Unidade Africana (OUA), predecessora da actual União Africana.

“O apoio da Nigéria com aviões, equipamentos e formação militar ajudou a terminar com o desentendimento entre os três movimentos políticos e na criação de um Estado e das Forças Armadas únicas”, recordou Lopo do Nascimento.

Por seu lado, o antigo Presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo, prestou um emocionante testemunho dos momentos partilhados, entre os Presidentes Agostinho Neto e Murtala Mohammed, bem como enfatizou todo o movimento político-militar que antecedeu a proclamação da independência de Angola, em Novembro de 1975.

Salientou que Agostinho Neto lutou pelo Pan-africanismo político e cultural e conseguiu impor a filosofia das suas ideias políticas, que perduram até aos dias de hoje.

Olusegun Obasanjo revelou que, na altura, a Nigéria apoiou, com 20 milhões de dólares, a acomodação do primeiro governo de Angola, liderado por Agostinho Neto, para que não se ressentisse da turbulência da transição do período colonial para a Independência Nacional.

Aproveitou a ocasião para desafiar a nova geração a lutar pela conquista da independência económica, enfatizando que “ter uma bandeira, um hino e partidos políticos não representa no todo a independência. É preciso assumiu o poder económico e financeiro”.

Durante a mesa redonda, que contou ainda com a participação do professor de história da Universidade de Lagos, Adewale Onagbesan, o embaixador de Angola na Nigéria, José Bamóquina Zau, disse que o percurso político do Presidente Neto fez do mesmo uma figura incontornável na história das ideias políticas de Angola e de África, cujos princípios conformam hoje a Filosofia da Irmandade Africana.

“Com a sua coerência política, o Presidente Agostinho Neto redefiniu Angola, depois da sua independência, em 1975, como ponto de partida para as lutas pelas independências da Namíbia e do Zimbabwe, bem como pela libertação da África do Sul do hediondo regime do Apartheid”, sustentou o embaixador Bamóquina Zau.

A escolha da cidade de Lagos para as celebrações do 17 de Setembro deveu-se a ligação emocional e histórica especial que o Presidente António Agostinho Neto tinha com a cidade nigeriana, onde, no mandato do Presidente Olusegun Obasanjo, foi distinguido pela Universidade local com o prestigiado título de Doutor Honnoris Causa.

Foi igualmente de Lagos, antiga capital política da Nigéria, de onde saíram os primeiros apoios políticos e financeiros para o funcionamento do primeiro governo da República de Angola.

Em reconhecimento, por decisão do Presidente Agostinho Neto foi atribuído o nome do Presidente Murtala Mohamed (antecessor de Olusegun Obasanjo), à avenida que faz toda a extensão da Ilha de Luanda, para perpetuar a sua memória pela sua contribuição à independência nacional.

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