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Inaugurado novo hospital geral do Cuanza Norte

Hospital geral do Cuanza Norte
Hospital geral do Cuanza Norte Imagens: Edições Novembro

Redacção

Publicado às 12h23 12/11/2024

Ndalatando - O novo hospital geral do Cuanza Norte foi inaugurado, esta terça-feira, nos arredores da cidade de Ndalatando, pelo Presidente da República, João Lourenço.

Com capacidade de 200 camas, o hospital, que tem o nome do nacionalista Mário Coelho Pinto de Andrade, foi erguido na Quirima, a 13 quilómetros da cidade de Ndalatando, e vai atender as especialidades de medicina interna, intensiva, pediatria, ginecologia e obstetrícia, cirurgia geral, neonatologia, neurocirurgia, ortotraumatologia, psiquiatria, hemodiálise, oftalmologia, otorrinolaringologia, anestesiologia e reanimação.

Os seus serviços vão abranger também medicina geral e familiar, além de uma componente de formação, essencialmente para técnicos de enfermagem e biomédicos nas especialidades de radiologia, farmacologia, fisioterapia, estomatologia e diagnóstico laboratorial.

O novo Hospital conta com serviços gerais, imagiologia, bloco operatório, unidade de cuidados intensivos, laboratórios, área logística, ambulatório, pequenas cirurgias, colheitas, reabilitação física, urgências, maternidade, queimaduras, oftalmologia, medicina dentária, gastroenterologia e morgue.

Orçado em 63 milhões de dólares, o novo hospital, cujas obras iniciaram em Agosto de 2021, foi erguido numa área de 45 mil e 500 metros quadrados, 15 mil e600 dos quais de área coberta, tendo mil 789 trabalhadores, entre médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal administrativo.

A província do Cuanza Norte conta actualmente com 136 unidades sanitárias, entre hospitais (04), centros de saúde e postos médicos, com um total de mil 202 camas para internamento.

Depois da inaguração, acompanhado da Primeira Dama, Ana dias Lourenço, e de membros do seu Executivo, João Lourenço percorreu algumas áreas de serviço da unidade sanitária, equipada com equipamentos médicos de alta qualidade tecnológica.

A atribuição do nome de Mário Pinto de Andrade ao hospital homenageia um dos principais intelectuais e líderes nacionalistas africanos do século XX, especialmente conhecido por seu papel na luta pela independência de Angola.

Nascido a 21 de Agosto de 1928, no município do Golungo Alto, província do Cuanza Norte, teve formação académica em Portugal, onde estudou filosofia na Universidade de Lisboa, sendo um dos fundadores do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), em 1956.

Durante o seu exílio em vários países, Mário Pinto de Andrade trabalhou em prol da luta angolana e africana, vivendo em França e em países africanos, onde se tornou um dos maiores defensores da independência e da libertação dos povos colonizados.

Mário Pinto de Andrade é considerado um ensaísta, com contribuições à sociologia e história, tendo organizado sucessivas antologias de poesia, feito exercícios de composição em kimbundu e tradutor e divulgador de autores perseguidos, como Costa Andrade e Luandino Vieira.

Publicou a Antologia da Poesia Negra de expressão portuguesa (1958), A Guerra em Angola (1961), A Poesia Africana de expressão portuguesa (1969), Amílcar Cabral: Ensaio de Biografia Política (1980), As Origens do Nacionalismo Africano (1997), entre muitos outros.

Um dos escritores mais destacados da sua geração, marcada pela associação da actividade literária à luta pela independência das colónias portuguesas, Mário Pinto de Andrade mantinha o pseudónimo literário de Buanga Felé, e é considerado o patrono da sociologia angolana.

Entre 1959 e 1960 assumiu a presidência do MPLA. Entre 1965 e 1969, coordenou a Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas (CONCP), tendo papel preponderante na denúncia do colonialismo e nas tentativas de definição de estratégias concertadas por parte da FRELIMO, MPLA e PAIGC.

De 1971 a 1972, integrou o Comité de Coordenação Político-Militar do MPLA na Frente Leste.

Chegou a ser ministro da Cultura na República da Guiné-Bissau.

Mário Pinto Andrade morreu em 26 de Agosto de 1990, em Londres, Reino Unido.

O Presidente da República está em Ndalatando desde segunda-feira, e vai ainda visitar o Centro de Captação de Água, localizado em Lucala, uma feira de produção local, assim como orienta uma reunião com o governo da província.

O Centro de Captação de Água foi projectado para beneficiar cerca de 214 mil habitantes de Ndalatando, Lucala e aldeias circundantes.

Os testes do sistema de captação, tratamento e distribuição de água do rio Lucala foram realizados com sucesso, pelo que prevê-se elevar de quatro para 12 horas o abastecimento diário de água às populações, podendo subir para 24 horas de forma faseada.

O governador da província, João Diogo Gaspar, reconheceu que a materialização do projecto do centro de captação vai diminuir as actuais necessidades de água em Ndalatando e áreas vizinhas.

Com previsão de inauguração antes do final do corrente ano, as obras do novo sistema de fornecimento de água à cidade de Ndalatando iniciaram em Setembro de 2021 e vão contemplar 15 mil ligações domiciliares na primeira fase.

Avaliado em cerca de 22 milhões 656 mil dólares, financiado pelo Banco Mundial, o centro vai fornecer água a 182 mil consumidores em Ndalatando, 21 mil no município de Lucala e mais de 10 mil em aldeias vizinhas.

O centro terá uma capacidade de captação de 660 metros cúbicos por hora, uma conduta elevatória de água bruta em ferro fundido com uma extensão de mil 516 metros, desde a captação até a Estação de Tratamento de Água (ETA).

 

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