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João Lourenço defende agricultura sustentável para atingir meta de fome zero

PR João Lourenço na Cimeira do G20
PR João Lourenço na Cimeira do G20 Imagens: CIPRA

Redacção

Publicado às 12h28 19/11/2024 - Actualizado às 12h28 19/11/2024

Rio de Janeiro - O Presidente da República, João Lourenço, angolano disse, esta segunda-feira, no Rio de Janeiro (Brasil), ser “urgente criar condições que favoreçam o desenvolvimento de uma agricultura sustentável a nível planetário para se garantir a segurança alimentar e alcançar-se a meta da fome zero”.

Ao discursar na Cimeira do G20, que decorre no Brasil, com participação dos líderes das 19 maiores economias do mundo, e da União Europeia e União Africana, João Lourenço recordou que o “combate contra a fome e a pobreza constitui, sem sombra de dúvidas, um dos maiores problemas que a humanidade enfrenta”.

Face a esta realidade, adiantou, o seu combate “requer de todos nós, de todos os governantes, dos empresários, das organizações humanitárias, dos líderes associativos, das organizações religiosas e de outras instituições afins, uma abordagem corajosa para identificarmos sem tabus as principais causas deste problema e as soluções pragmáticas e duradouras para se evitar o recurso ao assistencialismo que, de modo algum, resolve esta problemática na raiz”.

O Chefe de Estado angolano enfatizou que “a fome é um flagelo que afecta fundamentalmente os países em vias de desenvolvimento”, acrescentando que não se trata de um “mal exclusivo destas geografias, pois observamos este fenómeno também em países desenvolvidos, industrializados e com um grande Produto Interno Bruto”.

“É fundamental olharmos para a urgente necessidade de se criarem condições que favoreçam o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, a nível planetário, para se garantir a segurança alimentar e alcançar-se a meta da fome zero”, sugeriu João Lourenço, destacando ter sido oportuna a iniciativa da criação da Aliança na Luta contra a Fome e a Pobreza.

Sublinhando que Angola é membro fundador da iniciativa, realçou que a mesma “abre caminho para o surgimento de um instrumento valioso, que vai ajudar a inverter os retrocessos na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, relacionados com a erradicação da pobreza e da fome”.

João Lourenço disse ser necessário mobilizar “esforços e recursos para apoiar os países na implementação de políticas públicas eficazes que assentem essencialmente na realização de acções estruturais e transversais, com vista à redução das desigualdades”.

Em Angola, salientou, “apostamos na agricultura, no quadro da diversificação da economia nacional, para reforçar a segurança alimentar, reduzindo a grave dependência que enfrentávamos em matéria de importação de bens alimentares”, o que tem requerido das autoridades “um esforço persistente no sentido de o alterar, apoiando não só a agricultura familiar, como também promovendo o desenvolvimento de uma agricultura moderna, que serve de base ao impulsionamento da indústria nacional”.

“É certo também que, a par de outros desafios ligados à agricultura, temos o das mudanças climáticas, que agravam, em muitas circunstâncias, a pobreza de comunidades inteiras, por afectarem negativamente as condições para a realização da actividade agrícola", afirmou o Presidente angolano.

Enfatizou que o seu Governo “gizou um programa, cuja primeira fase está a implementar com sucesso, e que consiste na transferência de água para as zonas mais afectadas, a partir do rio Cunene”.

João Lourenço anunciou que o Executivo tem em carteira a construção, até 2027, “de seis grandes albufeiras de retenção de milhões de metros cúbicos de água, na província do Namibe, estando o Executivo no processo de mobilização de financiamento”.

Domingo último, o Presidente angolano reuniu-se com o seu homólogo brasileiro, Lula da Silva, dirigindo uma delegação que incluiu os ministros de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, e das Relações Exteriores, Téte António, tendo sido abordados temas ligados a cooperação entre os dois países.

Durante a cimeira, a decorrer até esta terça-feira, João Lourenço tem previstos encontros com personalidades da alta finança, ciência, cultura e indústria farmacêutica, revela a página da Presidência da República de Angola no Facebook, segundo a VOA.

João Lourenço deve regressar ao país esta quarta-feira (20).

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