Presidente da República convida empresários sul-africanos a investirem em Angola
Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, convidou os empresários sul-africanos a explorar, de forma atenta, as várias oportunidades de negócios existentes no país, sem descurar a constituição de parcerias estratégicas com homólogos angolanos e a conhecerem, "presencialmente”, a realidade nacional.
O Chefe de Estado fez o apelo quando intervinha, quinta-feira, em Pretória (África do Sul), no Fórum de Negócios África do Sul-Angola, realizado sob o lema “África do Sul e Angola: trabalhar em conjunto para forjar uma nova era de cooperação e parcerias a fim de aumentar o comércio e o investimento mutuamente benéficos entre os dois países”.
“Desse modo, conseguiremos converter o nosso potencial económico em realidade tangível, edificando um legado de progresso, prosperidade e desenvolvimento sustentável para as gerações vindouras”, sublinhou.
João Lourenço indicou que a África do Sul é, hoje, uma referência continental na inovação digital, nos serviços financeiros, em tecnologias agrícolas e em soluções industriais, sendo claramente um parceiro estratégico natural para Angola.
Frisou que o sector Energético, disse, constitui, também, um dos mais promissores domínios de cooperação entre os dois países, sobretudo pela actual capacidade excedentária de geração de electricidade em Angola e necessidades de consumo ainda por atender na África do Sul.
Por essa razão, considerou essencial apostar na cooperação directa entre empresas angolanas e sul-africanas, com uma abordagem que reforce a interacção entre empreendedores, gestores e investidores dos dois países, promovendo, assim, a inovação, impulsionando a competitividade e melhorando o acesso a mercados, tecnologias e recursos.
O Presidente da República apresentou aos empresários sul-africanos as medidas em curso em Angola para aprimorar o ambiente de negócios e, consequentemente, atrair mais investimento estrangeiro.
Estas acções, avançou, têm vindo a simplificar e agilizar significativamente os processos de concretização do investimento privado, promovendo a adopção de novas tecnologias e práticas empresariais mais eficientes.
Ressaltou que Angola atravessa uma etapa importante no seu processo de transformação económica, pautada pela implementação de reformas estruturantes destinadas a reconfigurar o perfil produtivo do país, alicerçando um tecido económico robusto, diversificado e sustentável.
Referiu que esta visão encontra-se plasmada no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027, em que disse estar inscrita uma agenda clara para o fortalecimento do sector privado, criando um ambiente mais propício ao investimento directo nacional e estrangeiro, de forma a aumentar a contribuição do sector Não Petrolífero para o Produto Interno Bruto (PIB).
“O nosso objectivo passa pela redução progressiva da intervenção estatal, deixando ao Estado o papel primordial de regulador, facilitador e garante da estabilidade macroeconómica”, afirmolu, ressaltando que as reformas em curso estão orientadas à melhoria de políticas de incentivo à produção nacional e à diversificação das exportações.
Declarou que o país aposta, também, em programas abrangentes de fomento produtivo e na redução da informalidade, instrumentos essenciais para assegurar uma trajectória de crescimento sólido.
Na opinião do Chefe de Estado, a materialização desta visão depende, em larga medida, da qualidade das infraestruturas, dando deu a conhecer aos empresários sul-africanos que o país tem estado a empreender um esforço significativo e contínuo na modernização e expansão dos sistemas de transporte e logística, uma aposta “estratégica” que disse incluir, também, a melhoria da rede rodoviária, a requalificação e modernização de aeroportos, a optimização das infra-estruturas ferroviárias, assim como o reforço da capacidade portuária.
“Pretendemos, desta forma, estimular a mobilidade interna e a integração regional, criando as condições necessárias para impulsionar a actividade económica em múltiplos sectores”, esclareceu.
Realçou que o Corredor do Lobito é disso um bom exemplo, que, sendo uma plataforma logística integrada que congrega infra-estruturas de referência, como o Porto do Lobito, o Caminho-de-Ferro de Benguela, aeroportos, estradas e outras facilidades de transporte, posiciona-se como um eixo estratégico de integração e facilitação do comércio regional, potenciando, deste modo, o surgimento de novas cadeias de valor, destacando-se o da agro-indústria.
Adiantou que Angola e África do Sul, como economias líderes na região da SADC, possuem complementaridades naturais que podem gerar impactos transformadores não apenas para as duas nações, mas para todo o continente.