Angola quer orçamento da ONU para operações de paz em África


Luanda - Angola vai trabalhar para que as operações de Apoio à Paz a nível do continente africano beneficiem do orçamento ordinário da Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com o JA Online, a meta, constante nos alvos a serem alcançados pelo país, durante a presidência da União Africana (UA), foi avançada pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António.
“É um passo que nós, como presidência angolana, gostaríamos de consolidar, sem esquecer, obviamente, a prevenção, na medida em que é melhor investir nela do que depois ir atrás das consequências”, salientou o chefe da diplomacia angolana, quando fazia o balanço da visita de trabalho de 24 horas a Luanda do presidente da Comissão da União Africana, Mahmoud Ali Youssouf, que escolheu Angola como o primeiro país a visitar, depois da sua eleição ao cargo, em Fevereiro.
No discurso de aceitação, proferido por altura da confirmação como o 23.º presidente da União Africana, em Adis Abeba, Etiópia, o Presidente João Lourenço referiu que a presidência angolana vai prestar uma atenção especial aos principais problemas do continente e colocar ao serviço da organização a experiência do país na busca de soluções para as questões relativas à paz e segurança, para além de cuidar da implementação, pelos Estados-membros, das políticas económicas e sociais que promovam o progresso e o desenvolvimento do continente.
O Estadista angolano reforçou que as questões de paz e segurança vão estar no centro das atenções, por se tratar de um dos principais pressupostos para a materialização das aspirações contidas na Agenda 2063 da União Africana, em especial o programa que estabelece o “Silenciar das Armas até 2030”.
O objectivo, tal como esclareceu, é transformar o continente numa região pacífica, segura e confiante num futuro promissor e de prosperidade para todos os seus filhos, e não só, assim como colocar o continente na rota do desenvolvimento.
No quadro ainda desta temática (paz e segurança no continente), o Presidente João Lourenço defendeu, na cerimónia de passagem de pastas entre a nova e a anterior presidência da Comissão da União Africana, também, em Adis Abeba, a realização de uma ampla conferência reservada à análise dos conflitos em África, para a busca de soluções capazes de silenciar as armas no continente.
Esta conferência, precisou, deverá ter como foco principal a questão da paz como um bem obrigatório e indeclinável para todos os povos do continente africano.
“No plano da paz e segurança em África, é minha convicção que devemos agir no sentido de encontrar soluções africanas para os problemas africanos e conseguir o silenciar das armas, para que este tema não continue a dominar as nossas agendas e o nosso debate de uma forma quase eterna”, ressaltou o Estadista africano na ocasião.
Como uma das soluções para se colocar fim a este problema no continente, apontou a necessidade de os promotores de tensões e conflitos serem desencorajados, responsabilizados e penalizados com sanções pesadas da organização que venham a ter sérias consequências sobre todos os autores.
Para João Lourenço, é indispensável que se confira ao Conselho de Paz e Segurança um papel fundamental na acção que deverá desenvolver, no sentido de prevenir e resolver os conflitos que prevalecem no continente africano.
Sobre esta matéria, referiu estar em causa a necessidade da criação de uma arquitectura sólida de Paz e Segurança em África, que constitui, hoje, uma das grandes preocupações do continente. “Devíamos sentir-nos envergonhados com o facto de instituições externas à África, como a União Europeia ou o Conselho de Segurança das Nações Unidas, serem, às vezes, mais rigorosas, exigentes e contundentes nas suas posições do que nós próprios no tratamento dos conflitos que se desenrolam no nosso próprio continente”, sublinhou