Inaugurada fábrica de processamento de óleos alimentares


Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, inaugurou, esta quarta-feira, uma fábrica de óleos alimentares, em Luanda, com capacidade para produzir 500 toneladas por dia.
Em declarações à imprensa, o Presidente angolano disse que a produção agrícola no país está a crescer e que é necessário aumentar a quantidade e qualidade dos produtos, tendo garantido estímulos contínuos aos agentes económicos para o escoamento da produção.
João Lourenço assegurou que o seu Executivo vai continuar a trabalhar para o surgimento de mais unidades fabris, sobretudo no ramo da agro-indústria.
“O que temos de fazer é continuar a lutar para que mais unidades destas surjam, não apenas no domínio da refinação do óleo, mas, de uma forma geral, na produção e transformação dos produtos do campo em produtos prontos para o consumo”, afirmou, citado pelo Jornal Económico.
Assegurou também que a produção agrícola em Angola está a crescer, salientando que imagens de caravanas de camiões com produtos importados (batata e cebola) de países vizinhos fazem parte do passado.
“Essa imagem deixou de existir, já ninguém vê essas caravanas e, se as vir, são produtos produzidos por nós, produzidos no interior que vêm para os grandes mercados, sobretudo o de Luanda”, respondeu aos jornalistas.
O país “está bem [no domínio da produção agrícola], ainda temos muito que fazer, mas estamos bem. Precisamos é aumentar a quantidade do que se produz e melhorar também a qualidade do que se produz”, frisou.
O investimento do Grupo Naval, que é proprietária de várias empresas nos sectores do comércio, indústria e serviços, visa transformar o sector de óleos alimentares em Angola e garantir uma quota de mercado superior a 50 por cento.
Questionado se o Executivo angolano deve continuar a estimular os agentes económicos no escoamento de produtos do campo para a cidade, João Lourenço respondeu afirmativamente, ressalvando que o estímulo estatal não se traduz em comprar viaturas para os operadores.
“É preciso deixar claro que estimular não é esperar que seja o Executivo a comprar as carrinhas e camiões e entregá-los aos agentes privados. Este investimento não tem de ser público, quem abraçar esse negócio tem de recorrer à banca”, enfatizou.
O ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns, referiu que, com a entrada em produção da "Refitec", Angola passa a contar com uma capacidade total de mil e 300 toneladas por dia de óleo alimentar, devendo alcançar as mil e 700 toneladas/dia, com a entrada em funcionamento de mais uma fábrica, em Luanda.
Sublinhou que este projecto é um elo vital na cadeia produtiva de óleos alimentares, sector estratégico para a soberania alimentar angolana, reconhecendo que ao processar localmente "reduzimos as importações, fortalecemos a moeda nacional e criamos empregos qualificados”.
Por sua vez, o director financeiro do Grupo Naval, Eduardo Barbosa, revelou que investiram, entre 2019 e 2022, cerca de 200 milhões de dólares na industrialização da cadeia alimentar de Angola.
O complexo industrial, com uma linha de enchimento capaz de embalar mais de um milhão de litros de óleo por dia, opera com tecnologia de ponta e padrões rigorosos de sustentabilidade, sistema de tratamento de afluentes, controlo de emissões atmosféricas e reaproveitamento de resíduos industriais, explicou.
A fábrica, denominada "Refitec", vai processar e refinar óleos de palma, de soja, de girassol, entre outros grãos.
Pelo menos 850 empregos directos foram criados pela nova fábrica, erguida numa área de 89 mil metros quadrados, nas imediações do Porto de Luanda.
Em Angola desde 2007, o Grupo Naval emprega mais de três mil trabalhadores, 50 por cento dos quais são mulheres.