Luanda - Os antigos Presidentes do parlamento angolano, Roberto de Almeida, António Paulo Kassoma e Fernando da Piedade Dias dos Santos reconheceram, esta quarta-feura, em Luanda, o papel evolutivo e histórico da participação das mulheres no poder legislativo em Angola.

Ao participarem num colóquio sobre a evolução histórica da participação das mulheres no poder legislativo em Angola, dirigido pela Presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, os três antigos Presidentes manifestaram-se satisfeitos por fazerem parte da homenagem às mulheres parlamentares.

Roberto de Almeida, que foi presidente da Assembleia Nacional de 1996 a 2008, disse que a homenagem às mulheres merecida, enfatizando que honra as parlamentares que, nos assentos da Assembleia Nacional, defenderam o prestígio e engrandecimento do país.

Sublinhou que, depois do malogrado e primeiro presidente da Assembleia Nacional, Fernando de França Van-Dúnem, esteve à frente da AN ainda em tempo de guerra, mas "com o alcance da paz, foi mais fácil digerir a Assembleia Nacional".

Recordou que as mulheres parlamentares sempre foram muito aguerridas e interventivas, sobretudo na defesa dos seus direitos, da igualdade, da liberdade e com intervenção permanente nos debates nas plenárias.

Por sua vez, Paulo Kassoma, Presidente da Assembleia Nacional entre 2010 e 2012, disse que ter sido convidado para participar do colóquio é uma grande valia, sobretudo por poder participar dos debates dos vários temas que nortearam o evento, num ambiente que considerou excepcional.

“Estou feliz por estar aqui e acompanhar o percurso de muitas deputadas que hoje assumem cargos de presidente de comissão especializada de trabalho. As mulheres angolanas estão cada vez mais a evoluir e sinto-me muito orgulhoso, porque muitas delas passaram durante a minha legislatura", sublinhou Paulo Kassoma.

Por seu lado, o Presidente da Assembleia Nacional nos períodos 2008-2010 e 2012-2022, Fernando da Piedade Dias dos Santos, realçou que as mulheres são merecedoras da homenagem, por terem sido incansáveis, inteligentes, corajosas, enfatizando que, "acima de tudo, sabem conciliar a sua situação de camaradas, companheiras, mas não se esquecem que são mães”.

Sobre o colóquio, disse que os temas foram bem debatidos, demonstrando todas as facetas e momentos históricos da evolução da mulher e da sua participação no poder legislativo, exortando que se continue a trabalhar para a equidade do género, sobretudo nas raparigas que muito têm feito, em termos académicos.

O colóquio reuniu dezenas de mulheres de vários extractos sociais, com destaque para a Presidente da AN, Carolina Cerqueira, a Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, a veneranda Juíza Conselheira Presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso, assim como deputados, membros do corpo diplomático acreditado em Angola e da sociedade civil.

Durante o colóquio, o primeiro do género organizado no país para debater a participação da mulher no poder legislativo angolano, foram abordados os temas ligados aos obstáculos, desafios e perspectivas da representatividade da mulher no poder legislativo”, apresentado pela deputada Ângela Bragança, enquanto a deputada Catarina Dimande António dissertou sobre a maternidade e a conciliação entre a vida profissional e familiar no poder legislativo.

Género e advocacia em Angola: um campo de tensões ou caminho para a justiça, o papel do Grupo Parlamentar na promoção das políticas de igualdade de género, o direito de família sob perspectiva do género: avanços e desafios nas acções judiciais, a contribuição das mulheres na promoção e consolidação da cultura de paz e a importância da comunicação social e os media na divulgação das políticas sensíveis ao género foram outros temas apresentados no encontro pelos palestrantes Agbessi Cora Neto, Armanda Rodrigues, Florbela Malaquias, Paula Simons, respectivamente.