Angola regista aumento do número de utilizadores de Internet


Luanda - O número de utilizadores de Internet em Angola registou 11 milhões em 2023, dos quais 3.45 milhões acima de 18 anos de idade, num ano em que cresceu o uso das redes sociais, revelou, quinta-feira, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira.
Intervindo na abertura do 1º Fórum de Governança da Internet em Angola, em Luanda, o governante disse que os números representam uma taxa de acesso de 33 por cento da população total do país.
De acordo com o trabalho estatístico desenvolvido pelo Regulador das Comunicações Electrónicas, acrescentou, registou-se um "aumento significativo no número de usuários”, fruto da eficácia e do sucesso das políticas do Executivo, assim como o compromisso do país com a criação de uma sociedade cada vez mais inteligente.
Mário Oliveira referiu, igualmente, que o crescimento do uso das redes sociais é notável, com 3,45 milhões de usuários com idades acima de 18 anos, o que corresponde aproximadamente a 20 por cento da população adulta.
"Não obstante, e apesar destes avanços, enfrentamos ainda desafios substanciais, especialmente no que toca ao aumento da malha das redes de banda larga e outras infra-estruturas de apoio à última milha, à redução da disparidade digital entre as áreas urbanas e rurais, e à promoção da alfabetização digital para todos os angolanos”, frisou.
Sublinhou que, para mitigar os problemas, o Governo tem implementado vários projectos visando reduzir a info-exclusão digital, mediante o aproveitamento e uso das tecnologias mais modernas.
Através de programas inovadores e estratégicos, prosseguiu, o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social está a trabalhar "exaustivamente” para garantir uma digitalização que beneficie todos, independentemente da zona residencial e das condições socioeconómicas.
Mário Oliveira esclareceu que a inclusão digital, além de fornecer acesso à Internet, assegura que cada cidadão tenha habilidades necessárias para utilizar as Tecnologias de Informação e Comunicação, colocando-as ao serviço da sociedade e do desenvolvimento.
"O objectivo é ambicioso, mas, com o envolvimento de todos os sectores da sociedade, com certeza que o alcance será uma realidade”, realçou, durante o discurso no Centro de Convenções de Talatona.
O ministro partilhou, com os presentes no evento, algumas iniciativas do Executivo para a democratização do acesso à informação e ao conhecimento, sustentando que a tecnologia é um motor de inclusão social e económica.
Neste âmbito, destacou o Programa Espacial Nacional, com realce para o satélite de comunicações ANGOSAT-2, uma infra-estrutura de apoio aos operadores de telecomunicações do sector, proporcionando um serviço de transmissão de qualidade via satélite. Outra iniciativa é a Internet nas escolas, através do projecto Ngola Digital, que serve para o fomento da inclusão digital da juventude.
Além destas, mencionou, também, a expansão das redes de dados e melhoramento da Rede Nacional de Fibra Óptica, o Projecto de Interligação de Fibra Óptica entre Angola, República Democrática do Congo, Zâmbia, Congo e Namíbia, bem como o projecto de cabos submarinos de fibra óptica.
Quanto às fakes news, afirmou que a disseminação das informações falsas, além de distorcer a realidade dos factos, ameaça, igualmente, a integridade das instituições e da sociedade, em geral.
Por este motivo, defendeu a necessidade de se reflectir, a partir do fórum, sobre as estratégias eficazes para combater as fake news e a desinformação, com a finalidade de promover a liberdade de expressão e o acesso à informação verdadeira e credível.
"Isso requer uma cooperação interministerial, envolvendo Governos, empresas de tecnologia, organizações da sociedade civil e, sobretudo, os cidadãos”, apontou o ministro, realçando que a implementação de políticas claras, educação digital e a promoção da literacia digital é um passo fundamental.
Segundo o governante, a segurança cibernética das instituições e dos países é outro aspecto de grande importância que deve ser motivo de atenção e reflexão.
Disse que Angola tem procurado estabelecer parcerias e participado de redes globais da partilha de informações sobre cibersegurança, para a elaboração de um pacote legislativo específico, assim como a criação de uma academia para a formação de quadros.