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Saúde necessita contratar anualmente oito mil profissionais até 2027

Profissionais de saúde em Angola
Profissionais de saúde em Angola Imagens: jornaldeangola.com

Redacção

Publicado às 18h57 18/07/2024 - Actualizado às 18h57 18/07/2024

Lisboa – A ministra da Saúde, Silvia Lutucuta, anunciou, esta quarta-feira, que o seu sector prevê contratar anualmente, até 2027, oito mil novos profissionais de várias áreas e especialidades.

Em entrevista a agência Lusa, em Lisboa, adiantou que “o compromisso do Estado e do Governo é, sempre que as condições financeiras permitirem, fazer novos concursos públicos", tendo revelado que nesta altura decorre a admissão de uma quota adicional de cerca de cinco mil profissionais.

Realçou ser "garantido que, até ao final do ano, vamos admitir mais. Mas o objectivo é, até 2027, admitir anualmente oito mil novos profissionais", incluindo médicos

Silvia Lutucuta falava à Lusa à margem da sua participação no Fórum Euro-África, uma iniciativa da associação Conselho da Diáspora Portuguesa, que decorreu esta semana em Carcavelos, arredores de Lisboa.

Revelou que o seu ministério trabalha “num plano ambicioso de especialização de profissionais de saúde de todas as carreiras”, adiantando que, o objectivo é especializar cerca de 38 mil profissionais de saúde, até 2027.

Com as novas admissões, sobretudo de médicos, Angola tende a aproximar-se do rácio recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de dez médicos por 10 mil habitantes.

Actualmente, o rácio do país é de apenas 2,48 médicos por 10 mil habitantes, segundo o último anuário sanitário de Angola, relativo a 2021.

Apesar das dificuldades, Silvia Lutucuta destacou os ganhos do sector em infra-estruturas, na organização do sistema de saúde, dos recursos humanos e na melhoria da assistência médica e medicamentosa, com reflexos positivos nos indicadores saúde, como a redução da mortalidade materna e infantil, reconhecendo que ainda se continua a ter muitos casos de malária.

Questionada se Angola tenciona contratar médicos estrangeiros para reforçar o seu sistema nacional de saúde, a ministra preferiu falar em “processo ambicioso de formação de quadros”, sem descartar que o seu ministério vai trabalhar com várias nacionalidades.

Relação com os sindicatos 

Na longa entrevista, Silvia Lutucuta disse que aposta no diálogo com os sindicatos do sector, que quer ver como “parceiros do Ministério da Saúde”, e considerou que o mais importante é haver "muito diálogo permanente entre o Ministério, as organizações socio-profissionais e sindicatos”.

“Havia questões ligadas com os salários que foram ultrapassados nas negociações que nós fizemos e o que nós queremos é ter estas entidades, os sindicatos, as organizações socio-profissionais, como parceiros do Ministério da Saúde e o que nós vamos fazer é continuar o diálogo permanente”, reiterou.

Ao considerar que não há sistemas perfeitos em nenhuma parte do mundo, salientou que o Governo vai continuar a trabalhar e a dialogar, tendo tranquilizado que os atrasos nos pagamentos já estão a ser de forma gradual e priorizando o sector da saúde.

Silvia LUtucuta respondia às preocupações apresentadas recentemente à Lusa, em Luanda, por Adriano Manuel, presidente do Sindicato Nacional dos Médicos Angolanos, que acusou o Governo de não financiar os hospitais, causando falta de medicamentos, reagentes e meios de diagnóstico.

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