AMBIENTE
União europeia vai financiar projectos sobre ambiente em Angola
19/09/2024 12h39
Luanda - A União Europeia (UE) vai financiar, em 2025, três projectos em Angola nas áreas da protecção da biodiversidade e da economia azul e circular, com cerca de 100 milhões de euros, anunciou, esta quarta-feira, a embaixadora Rosário Bento Pais.
A embaixadora da União Europeia em Angola, que participou na conferência internacional sobre o ambiente, com o tema “O Planeta em Chamas: Direitos em Extinção”, promovida pelo Mosaiko – Instituto para a Cidadania e a Fundação Fé e Cooperação (FEC), adiantou que a organização que representa tem vários acções de sensibilização em curso com a sociedade civil, na área técnico-profissional, relacionados com a reciclagem e colheita de plásticos.
Para o próximo ano está previsto o início do projecto de protecção de parques nacionais, localizados no Corredor do Lobito, com uma dotação de 25 milhões de euros, denominado “Património Natural de Angola: Governação e Ecoturismo em Áreas de Conservação”, visando promover experiências de ecoturismo emblemáticas, como a observação da Palanca Negra Gigante e o incentivo a protecção das aves, entre outros.
Um segundo projecto, na área da economia azul, visa a protecção da biodiversidade marinha e o desenvolvimento económico e sustentável de toda a zona costeira de Angola, enquanto o terceiro está virado à economia circular e denomina-se “Apoio à modernização da cadeia de valor da gestão de resíduos sólidos e adopção de um modelo económico circular”, para apoiar a transição e aumentar a sustentabilidade, atraindo investimento privado e criando empregos verdes.
Rosário Bentos Pais adiantou que os três projectos totalizam quase 100 milhões de euros, com início previsto no próximo ano, realçando que se inicia igualmente, em 2025, um projecto na área técnico-profissional, que inclui o ambiente e protecção da biodiversidade, para capacitação e formação.
Ao comentar a situação das queimadas em Angola, a embaixadora da UE em Angola disse que ser um problema mundial, que deve passar por uma grande sensibilização das populações, por dar alternativas e práticas agrícolas mais sustentáveis.
Disse que a UE está comprometida na luta contra a crise climática e defesa dos direitos humanos, adiantando ser imperativo que se encare a crise climática como um desafio ambiental e como uma questão de justiça social e económica, porque os mais afectados, a população vulnerável, são os que menos contribuíram para a actual situação.
Salientou que a UE está empenhada em liderar a transição para um futuro sustentável, e Angola, com uma biodiversidade rica e vastos recursos naturais, desempenha um papel crucial nesta luta, destacando que o futuro do país depende não apenas da gestão responsável dos seus recursos, mas também da protecção dos direitos das suas comunidades e dos seus cidadãos.
Angola e a União Europeia têm, desde 2012, um acordo político denominado "Caminho Conjunto", que tem a sustentabilidade ambiental e as alterações climáticas como uma das áreas cruciais de abrangência, sendo a componente ambiental intrínseca em todos os projectos financiados pela UE e particularmente pela delegação em Angola, conclui a nota da Lusa.