Destruídos engenhos explosivos não detonados no Cunene
Ondjiva - Sete mil 357 engenhos explosivos não detonados foram destruídos, sexta-feira última, em Oshindungulo (Ondjiva), de acordo com informação do Centro Nacional de Desminagem na província do Cunene.
Os engenhos explosivos destruídos foram minas anti-tanque e anti-pessoal, obuses de morteiro de 60 e 82 milímetros, roquetes de RPG-7, bombas de aviação, granadas, dilagramas de castores, perfurante de tanques e munições de diversos calibres.
Segundo o chefe da brigada do Centro Nacional de Desminagem, Edson Pompeu, os engenhos foram desactivados em vários pontos, com realce para o local onde está a ser erguido o Instituto Superior Politécnico de Ondjiva, na vila de Cuanhama.
Revelou que os trabalhos de desminagem ocorreram entre Janeiro e Setembro do corrente ano, permitindo limpar uma área de mais de três milhões de metros quadrados, nos municípios de Ombadja, Namacunde, Cuvelei e Cuanhama.
Edson Pompeu informou que, no quadro de educação sobre o risco de minas, o Centro Nacional de Desminagem tem realizado acções de sensibilização dos cidadãos sobre o perigo das minas, tendo lembrado que o Cunene continua a ser uma das províncias com o maior número de minas implantadas durante o conflito armado.
Realçou que há ainda um longo caminho a percorrer para desactivação de todos os engenhos não detonados, sendo a comuna de Môngua a que mais preocupa, por registar constantes acidentes com minas e outros explosivos remanescentes da guerra civil, que, nos últimos três anos, causaram oito vítimas mortais e vários feridos.
Edson Pompeu recordou que a pequena vila de Môngua foi um campo de batalha na década de 80, entre as extintas FAPLA e as forças invasoras sul-africanas, o que resultou na implantação de minas anti-tanque do tipo TM57 para servir de cordão de segurança.
Referiu que o levantamento das zonas minadas na vila de Môngua, realizado em 2016, numa acção conjunta entre uma brigada das Forças Armadas Angolanas (FAA), o Instituto Nacional de Desminagem e outra brigada da Polícia de Guarda Fronteira, permitiu catalogar uma área de dois milhões e 800 mil metros quadrados.
Por seu lado, a administradora municipal adjunta de Cuanhama, Antonieta Gerson, manifestou satisfação com o evoluir do processo, que permite aumentar a livre circulação dos cidadãos e garante o aproveitamento de parcelas de terra para agricultura.