Vice-Presidente da República aborda questões do sector da educação com a ministra da Namíbia
Luanda - A criação de um Memorando de Entendimento, entre Angola e a Namíbia, no domínio da transformação da Educação, esteve hoje, quinta-feira, no centro do encontro, em Luanda, da Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, com a ministra da Educação, Artes e Cultura da Namíbia, Anna Nghipondoka.
Segundo o JA online, a ministra da Educação de Angola, Luísa Grilo, indicou que, para a elaboração do referido Memorando, grupos técnicos dos dois países trabalham, neste momento, nas questões ligadas ao ensino da cultura e arte, e do currículo para haver a troca de experiências, no domínio da transformação curricular, que existe com a Namíbia.
Sublinhou que a Vice-Presidente da República deu o seu apoio e encorajou os dois ministérios a prosseguirem com as negociações, para que se possa ter, de facto, um memorando robusto e abranger as áreas de interesse comum, como as questões sobre a Educação a nível das escolas de fronteira, onde existem muitas crianças angolanas que estudam em território namibiano.
"Precisamos resolver esta questão, para que as crianças possam, efectivamente, estudar livremente na Namíbia, uma vez que tiveram algum problema, sobretudo na altura da Covid. Por isso, precisamos clarificar em que condições é que elas devem estudar naquele país", afirmou, realçando o interesse de adolescentes namibianos a estudar no país, e vice-versa, mas considera importante haver um protocolo, para sustentar o intercâmbio.
Disse que "por isso, é que a senhora ministra da Namíbia, também, visitou a Huíla, Lubango, onde existe uma escola com estudantes namibianos. Portanto, há este interesse todo".
A ministra da Educação revelou, ainda, que durante o encontro, a Vice-Presidente Esperança da Costa recomendou, também, para que se aborde a questão do ensino da língua inglesa, uma vez que já existe o interesse de Angola, em capacitar os professores, para o ensino precoce da mesma língua estrangeira.
"Este ano, introduzimos o francês no Ensino Primário e precisamos, também, definir um horizonte temporal de formação para os nossos professores, e a Namíbia está aberta a fazer a formação", assegurou.
Justificou a aposta dos países em trabalharem em conjunto no domínio da transformação da Educação, em virtude de ser, hoje, uma questão global.
Depois da Covid-19, referiu, todos os países foram desafiados a fazer transformações, para que possam ter sistemas de Educação mais resilientes às diferentes dificuldades que vão surgindo no mundo.
Sobre a assinatura do Memorando de Entendimento, que se pretende este ano com a Namíbia, a ministra frisou ser um processo que precisa ser debatido, também, a nível do Conselho de Ministros.
Para a governante, Artes e Cultura da Namíbia, Anna Nghipondoka, é interesse do seu país cooperar com Angola, não só na área da transformação da Educação, Cultura e Arte, mas também na identificação de novas.
Anna Nghipondoka afirmou que não se trata apenas de um memorando de entendimento bilateral entre a ministra da Educação de Angola e da Namíbia, mas que vincula ambos os dois governos.
"Angola e a Namíbia são países vizinhos e é bom quando buscamos experiências de países que praticamente vivem o nosso contexto", referiu, agradecendo o apoio da Vice-Presidente da República, para que se prossiga com o projecto.
Angola pode colher da vizinha República da Namíbia outras experiências, garantiu o ministro da Cultura, Filipe Zau, citando como exemplo as línguas africanas, que têm estatuto de línguas nacionais, regionais e locais em território namibiano, cujo sistema educativo funciona com todas essas línguas.
Filipe Zau, que participou do encontro, acrescentou que as línguas nacionais fazem parte do património linguístico do país e Angola pode colher, sobretudo, alguma experiência com a Namíbia, nomeadamente o Oshikwanyama, que é uma língua comum, falada e introduzida naquele país.
"Eu digo línguas africanas de Angola e não línguas nacionais, porque ainda não têm um estatuto político, mas elas estão, neste momento, em auscultação", disse, acrescentando que se deve proteger as línguas vivas, de maneira a torná-las património interessante e utilizá-las, também, como forma de desenvolvimento económico do país.