CLIMA

Destacadas estratégias de Angola sobre metas climáticas e redução da pobreza

Vice-Presidente da República, Esperança da Costa - Angop
Vice-Presidente da República, Esperança da CostaImagem: Angop

13/11/2024 11h38

Baku - A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, afirmou, esta terça-feira, na Cimeira dos Líderes Mundiais sobre Acção Climática (COP29), que Angola desenvolve estratégias, programas e projectos diferenciados para implementar os compromissos globais relacionados às metas climáticas e garantir a melhoria das condições de vida das populações.

Ao discursar no segmento de alto nível da COP29, em Baku, Azerbaijão, Esperança da Costa sublinhou que as estratégias visam reduzir a pobreza, e salientou que o país continua a implementar o Programa de Combate aos Efeitos da Seca no Sul de Angola, com a construção de novas barragens e promoção do desenvolvimento agro-pecuário, para fortalecer a segurança alimentar e conferir maior resiliência às comunidades.

Esperança da Costa disse estar em curso, em Angola, um plano nacional de adaptação às alterações climáticas, tendo destacado também a Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas 2035, que integra questões sobre como lidar com as mudanças abruptas de forma transversal nas políticas nacionais, bem como o financiamento, a melhoria da pesquisa, a observação e análise dos cenários climáticos, de modo a identificar os múltiplos perigos.

Salientou que a seca e a desertificação no Sudoeste de Angola continuam a ser a principal preocupação do Governo, uma vez que o fenómeno tem reflexos negativos nas comunidades e nos programas de desenvolvimento. 

Destacou igualmente os esforços do Governo angolano para fortalecer a matriz energética nacional, com energias renováveis, que actualmente já contribui com 66 por cento de energia proveniente de projectos fotovoltaicos e hidroeléctricos.

Indicou que Angola prevê atingir 72 por cento de energias renováveis, até finais de 2027, como confirmação do compromisso em reduzir a poluição e emissão e promover uma transição para uma economia de baixo carbono.

A Vice-Presidente da República defendeu a necessidade de se proteger os progressos alcançados na COP28 e converter os compromissos assumidos em acções concretas, recordando que só se pode cumprir os objectivos do Acordo de Paris se todos os países dispuserem dos meios para acelerar as medidas de atenuação dos efeitos negativos das alterações climáticas e de adaptação.

Considerou fundamental envidar-se mais esforços para se aumentar rapidamente o financiamento de programas de adaptação e fazer com que os mercados internacionais do carbono funcionem para todos, assim como a criação de mecanismos para acompanhar e garantir que os fundos prometidos sejam cumpridos.

Reconheceu que é preciso aumentar os compromissos com a estabilidade e com o Pacto do Futuro que se pretende, adoptado recentemente na Cimeira das Nações Unidas, para que se possa construir um futuro melhor, reduzir a crise climática, a fome e a pobreza, promovendo a melhoria dos sistemas alimentares, a economia de baixas emissões de carbono, a equidade de género, a educação, a inovação e a paz como novas decisões e legado às novas gerações.

Na Cimeira de Alto Nível, o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, que fez o discurso de abertura, defendeu uma transição verde e apelou ao realismo para que não se tomem medidas precipitadas, dando  passos firmes e adoptando medidas consensuais para tornar o mundo um lugar melhor.

O Chefe de Estado do Azerbaijão lembrou que o primeiro campo petrolífero da história foi explorado em 1847, no Azerbaijão, mas que agora a produção de petróleo neste país representa apenas 0,7 por cento do volume mundial e o gás 0,9 por cento.

Nesta cimeira participam 72 mil delegados de 196 países, incluindo 80 Presidentes, Vice-Presidentes e Primeiros-Ministros.

Na abertura da Cimeira dos Líderes Mundiais da COP29, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou que o mundo está sem tempo, e todos devem estar na luta contra o aquecimento global a 1,5 graus, tendo apelado a comunidade internacional a unir-se no combate às alterações climáticas.

António Guterres falou ainda sobre a culpabilidade dos bilionários e dos países mais ricos nas mudanças climáticas, pelo que precisam assumir a sua responsabilidade na luta contra o aquecimento global.

Entre as várias actividades realizadas, a delegação angolana à COP29 abriu o stand do país, no Estádio Olímpico de Baku, que expõe as potencialidades de Angola, tendo sido visitado por Esperança da Costa, acompanhada da ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho.

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