Ndalatando – As autoridades decretaram cerca sanitária na localidade de Luinha, comuna da Canhoca (província do Cuanza norte), devido ao surto de cólera que afecta a região, desde 14 do corrente mês.

Um comunicado do Governo Provincial do cuanza Norte esclarece que, devido a cerca sanitária para conter o surto da cólera, está proibida a entrada e saída de pessoas em Luinha, com excepção dos técnicos de saúde e efectivos das forças de defesa e segurança.

No quadro das medidas para evitar a propagação da doença, os Caminhos-de-Ferro de Luanda suspenderam a circulação e paragem de comboios nos percursos Luinha/Ndalatando e Luinha/Luanda.

Segundo se soube, a proibição de circulação não inclui outras localidades da província atravessadas pelos comboios.

No seu comunicado, o Governo Provincial do Cuanza Norte garante que a distribuição de água potável está a ser priorizada, assim como trabalha na implementação de um posto médico que assegure atendimento à população da localidade.

Um novo lote de medicamentos foi enviado para o Luinha, reforçando o stock existente não apenas para o combate à cólera, mas também para outras doenças tropicais, como a malária.

Balanço diário nacional

A cólera em Angola já provocou 293 óbitos, em nove províncias do país, indica um comunicado de imprensa do Centro de Processamento de Dados do Sistema Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, divulgado terça-feira.

De acordo com o comunicado, o Ministério da Saúde tem reportados um total cumulativo de sete mil 760 casos de cólera, em 14 províncias do país, desde o início do surto, na primeira semana de Janeiro último.

O Centro de Processamento de Dados do Sistema Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde adianta que, de segunda para terça-feira, foram notificados mais 187 novos casos e 08 óbitos.

O balanço diário salienta que os 187 novos casos ocorreram nas províncias de Luanda (55), Bengo (29), Icolo e Bengo (14), Malanje (08), Benguela (13), Cuanza Norte (67) e Cuanza Sul (01).

Estão actualmente internados 176 pacientes e receberam alta 96.

Desde o início do surto, estão registados 293 óbitos, sendo 144 na província de Luanda, 91 no Bengo, 19 em Icolo e Bengo, 06 em Benguela, 02 no Cuanza Sul, 04 em Malanje, 01 em Cabinda, 25 no Cuanza Norte e 01 no Zaire.

Os 08 óbitos das últimas 24 horas ocorreram nas províncias do Cuanza Norte (04), Luanda (03) e Bengo (01).

Até ao momento, está reportado um total cumulativo de 7.760 casos, em 14 províncias do país, designadamente Luanda (3.941 casos), Icolo e Bengo (780), Bengo (2.375), Malanje (158), Benguela (132), Huambo (18), Huíla (07), Cuanza Norte (225), Zaire (44), Cunene (01), Cuanza Sul (34), Cabinda (29), Cubango (01) e Uige (15), com idades entre os 02 e 100 anos, sendo 4.297 (55 por cento) do sexo masculino e 3.463 (45 por cento) do feminino.

Recorde-se que o país sofreu um surto de cólera, em 2011, resultando em dois mil 284 casos e 181 mortes, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Entre 2016 e 2017 voltou a surgir cólera, nas províncias de Cabinda, Luanda e Zaire, com um total de 252 casos e 11 mortes.