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Angola registou no ano passado mais de 89 mil casos de tuberculose

Participantes no acto central do Dia Mundial de Combate à Tuberculose
Participantes no acto central do Dia Mundial de Combate à Tuberculose Imagens: Edições Novembro

Redacção

Publicado às 11h41 25/03/2025 - Actualizado às 11h41 25/03/2025

Luanda - Angola registou, no ano passado, 89.862 casos de tuberculose, sendo que a faixa etária mais atingida foi dos 24 aos 35 anos, o que perfaz um total de 26 por cento das pessoas infectadas com a doença, deu a conhecer, segunda-feira, em Luanda, o Secretário de Estado para a Saúde Pública.

 De acordo com o Jornal de Angola, Carlos Pinto de Sousa, que falava durante o acto central do Dia Mundial de Combate à Doença, assinalado no mesmo dia, disse que este dado representa um por cento de prevalência comparativamente ao período de 2023.

Durante a actividade, que decorreu sob o lema “Sim, podemos acabar com a tuberculose”, o governante explicou que a taxa de incidência da doença foi de 244,6 por 100 mil habitantes contra 190,4 em 2023.

“Este elevado fardo de morbidade tem consequências negativas para a saúde e para a economia das famílias e comunidades, pois afecta o desenvolvimento nacional pelas consequências trágicas do absentismo laboral e da perda da produtividade que o país sofre”, afirmou.

De salientar que, em 2021, pela primeira vez em uma década, o mundo assistiu a um aumento significativo do número de mortes por tuberculose à escala mundial. Carlos Pinto de Sousa apontou a pandemia da Covid-19 como um dos factores que contribuiu para este episódio, com a redução do acesso ao diagnóstico e ao tratamento da doença no referido período.

O secretário de Estado para a Saúde Pública garantiu que o Executivo vai continuar a mobilizar recursos no sentido de promover iniciativas cruciais e assertivas para o controle, eliminação e combate à tuberculose, garantindo que os serviços de luta contra a doença estejam cada vez mais integrados nos cuidados primários.

O Governo, sublinhou, vai reforçar a participação nas comunidades, de formas a adaptar os esforços de resposta que impactam na luta contra à tuberculose.

“Vamos garantir que os parceiros, o sector privado, as organizações da sociedade civil e o mundo académico dediquem mais atenção ao reforço do investimento na luta contra a epidemia e na investigação científica sobre doença a fim de acelerar os avanços tecnológicos e a adopção de inovações que permitam eliminar a patologia até 2033”, frisou.

Por seu lado, o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Angola, Nzuzi Katondi, felicitou o Governo angolano pelos esforços dedicados à eliminação da Tuberculose e encorajou a continuar a acelerar as iniciativas e a adoptar rapidamente as novas recomendações da OMS para acabar com o sofrimento e as mortes provocadas pela doença.

Entre as recomendações, afirmou, constam colmatar o déficit de financiamento da tuberculose, aumentar os investimentos a nível nacional e internacional, reforçar o sistema de vigilância e de dados para melhorar a detecção precoce de casos e os resultados de tratamento.

Acrescentou que é preciso expandir o acesso à ferramenta de diagnóstico rápido e regimes de tuberculose inovadores, envolver as comunidades para garantir cuidados à tuberculose centrados nos doentes, bem como abordar os factores sociais que alimentam a tuberculose, a pobreza, nutrição e o acesso inadequado aos cuidados de saúde.

Segundo Nzuzi Katondi, apesar dos esforços em curso, Angola continua a ser um dos 20 países mais afectados pela tuberculose a nível mundial, com uma média anual de mais de 65mil novos casos nos últimos cinco anos. Isto sublinha a necessidade urgente de reforçar a acção conjunta para ultrapassar os desafios persistentes na luta contra a doença e proteger a saúde da população.

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